Washington, Distrito de Columbia, Estados Unidos — 10 de setembro de 2025 Bloomberg – Uma corte federal dos Estados Unidos bloqueou temporariamente a tentativa do presidente Donald Trump de demitir Lisa Cook, integrante do Conselho de Governadores do Federal Reserve. A decisão foi emitida no dia (9) pela juíza distrital Jia Cobb, que considerou que as alegações contra Cook não configuram “justa causa” conforme previsto na Lei do Federal Reserve.
Trump havia anunciado a demissão de Cook em (25) de agosto, alegando envolvimento da economista em fraude hipotecária anterior à sua nomeação. Três dias depois, Cook entrou com ação judicial contestando a medida e classificando as acusações como infundadas e sem base legal.
“O interesse público na independência do Federal Reserve pesa a favor da manutenção de Cook no cargo,” escreveu a juíza Cobb em sua decisão.
Com a liminar, Lisa Cook poderá participar da próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Fed, marcada para os dias (16) e (17) de setembro, quando será discutida a possível redução da taxa de juros. A presença de Cook é considerada estratégica, já que ela representa uma das vozes moderadas dentro do conselho.
A tentativa de demissão gerou forte reação entre especialistas e parlamentares, que apontam risco de interferência política na autonomia do banco central. Cook, de 59 anos, é a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira no conselho do Fed, tendo sido confirmada pelo Senado em 2022.
“Permitir que o presidente remova ilegalmente o governador Cook com base em alegações vagas colocaria em risco a estabilidade do sistema financeiro,” afirmou o advogado de defesa Abbe Lowell.
O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, declarou que Trump agiu legalmente ao tentar remover Cook, citando “alegações confiáveis” de conduta imprópria. A administração indicou que pretende recorrer da decisão, o que pode levar o caso à Suprema Corte.
Enquanto isso, o presidente busca ampliar sua influência sobre o Fed com a nomeação de Stephen Miran para outra vaga no conselho. Miran, defensor de políticas monetárias mais flexíveis, deve ser confirmado pelo Senado nos próximos dias.
A disputa em torno de Lisa Cook reacende o debate sobre os limites da autoridade presidencial sobre instituições independentes e poderá estabelecer precedentes jurídicos relevantes para o equilíbrio entre política e regulação financeira nos Estados Unidos.
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