Japão relembra 23 anos da admissão de sequestros pela Coreia

Tóquio, Província de Tóquio, Japão — 17 de setembro de 2025 Kyodo News – O Japão relembra neste dia (17) os 23 anos da histórica cúpula realizada em Pyongyang, na qual a Coreia do Norte admitiu pela primeira vez o sequestro de cidadãos japoneses. O encontro entre líderes dos dois países, ocorrido em 2002, resultou na libertação de cinco vítimas, mas outras doze continuam desaparecidas.

Desde então, familiares dos sequestrados têm enfrentado uma longa espera por respostas e justiça. Muitos pais morreram sem reencontrar seus filhos. Em fevereiro deste ano, Arimoto Akihiro, pai de Keiko Arimoto — uma das vítimas que nunca retornou — faleceu aos 96 anos. Restam poucos parentes vivos, como Sakie Yokota, mãe de Megumi Yokota, que hoje tem 89 anos.

“Minha mãe está bem hoje, mas talvez não esteja amanhã. O tempo está se esgotando,” alertou Takuya Yokota, irmão de Megumi e líder do grupo de famílias dos sequestrados.

Takuya pediu que o governo japonês trate o tema com urgência e retome negociações diretas com Pyongyang. Ele também lamentou a recente renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, afirmando que a instabilidade política pode atrasar ainda mais os esforços diplomáticos.

A questão dos sequestros permanece como um dos principais entraves nas relações entre Japão e Coreia do Norte. Os familiares exigem que todos os cidadãos japoneses sequestrados sejam trazidos de volta, sem concessões, e que o governo japonês assuma uma postura firme e determinada.

“Não há espaço para compromissos. É uma questão de dignidade e responsabilidade. Todos devem voltar para casa,” declarou Takuya.

A data reforça o apelo por justiça e reacende o debate sobre direitos humanos na Península Coreana. As famílias esperam que o próximo líder japonês coloque o tema como prioridade nacional e avance em direção a uma solução definitiva.