Kushiro, Província de Hokkaido, Japão — 10 de setembro de 2025 Mainichi Shimbun – O governo japonês anunciou no dia (9) a criação de um novo marco regulatório para projetos de geração de energia solar na região de Kushiro, no norte de Hokkaido. A medida visa conter o avanço desordenado de usinas fotovoltaicas próximas ao pântano de Kushiro, uma das maiores áreas úmidas do país e habitat da grua-de-coroa-vermelha, espécie considerada monumento natural especial.
A decisão foi tomada após uma série de visitas técnicas do Ministério do Meio Ambiente a municípios locais, que expressaram preocupação com o impacto ambiental das instalações solares sobre a fauna e a vegetação nativa. A região, registrada na Convenção de Ramsar desde 1980, abriga espécies raras como a salamandra siberiana e formações naturais que se estendem além dos limites do parque nacional.
“Precisamos de um sistema que equilibre o avanço das energias renováveis com a preservação dos ecossistemas locais,” afirmou o ministro Asao Keiichiro.
O plano envolve cooperação entre o Ministério do Meio Ambiente, a Agência de Recursos Naturais e Energia e outras autoridades governamentais. A proposta inclui restrições à instalação de painéis solares em zonas sensíveis, incentivo à recuperação ambiental e diálogo contínuo com as comunidades afetadas.
A cidade de Kushiro, conhecida como “cidade da neblina”, tem atraído investidores por sua alta incidência solar anual e terrenos planos de baixo custo. No entanto, ambientalistas alertam para a transformação da paisagem em um “mar de painéis solares”, com áreas do tamanho do Estádio de Tóquio cobertas por estruturas metálicas que alteram o equilíbrio ecológico.
“Estamos vendo espécies ameaçadas fora dos limites do parque, o que exige uma abordagem mais ampla de proteção,” declarou um pesquisador local.
O ministério se comprometeu a considerar seriamente as demandas dos municípios e a desenvolver diretrizes que permitam a convivência entre geração de energia limpa e conservação ambiental. A expectativa é que o novo marco regulatório seja apresentado até o final do ano, com participação ativa da sociedade civil e especialistas em biodiversidade.
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