Cronologia da administração do Primeiro Ministro Ishiba do Japão

Tóquio, Província de Tóquio, Japão — 8 de setembro de 2025 Kyodo News – O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou sua renúncia ao cargo no dia (7), encerrando um mandato de 11 meses marcado por turbulências políticas, derrotas eleitorais e negociações comerciais tensas com os Estados Unidos. A decisão foi tomada após pressão crescente dentro do Partido Liberal Democrata (PLD), que perdeu a maioria nas duas casas do Parlamento.

Ishiba assumiu o cargo em outubro de 2024 com a promessa de combater a inflação e revitalizar as economias regionais. Oito dias após sua posse, dissolveu a Câmara Baixa e convocou eleições, nas quais a coalizão governista sofreu sua pior derrota em 15 anos. Em novembro, formou um segundo gabinete e tentou abrir diálogo com a oposição, mas enfrentou resistência interna e instabilidade legislativa.

“Decidi renunciar após concluir as negociações tarifárias com os EUA. É hora de passar o bastão à próxima geração,” declarou Ishiba.

No campo externo, Ishiba realizou uma cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em fevereiro. O encontro tratou da aquisição da US Steel pela Nippon Steel e culminou, em julho, com um acordo comercial que reduziu tarifas de 25% para 15% sobre produtos japoneses. Apesar do avanço, o impacto político foi limitado.

Internamente, o governo liberou estoques de arroz para conter a alta dos preços e anunciou um auxílio de 20 mil ienes por cidadão. A oposição criticou a medida como tentativa de compra de votos. Ishiba também se recusou a reduzir o imposto sobre consumo, o que gerou desgaste adicional.

“Os resultados eleitorais foram duros. A renúncia é um gesto de responsabilidade e compromisso com a estabilidade,” afirmou o premiê.

A renúncia ocorre às vésperas de uma reunião do PLD para decidir sobre uma eleição extraordinária. Ishiba permanecerá no cargo até que um novo líder seja escolhido. Entre os cotados para sucedê-lo estão Sanae Takaichi, ex-ministra da Segurança Econômica, e Shinjiro Koizumi, atual ministro da Agricultura.

A saída de Ishiba abre um novo capítulo na política japonesa, em meio à pressão por reformas e à busca por uma liderança capaz de enfrentar os desafios econômicos e sociais do país.