Tokyo, Japão, 08 de agosto de 2025 — NHK – A Polícia Metropolitana de Tóquio ofereceu um raro pedido público de desculpas após a prisão injusta de três executivos da empresa japonesa Ohkawara Kakohki, sediada em Yokohama. O pedido foi feito pelo Superintendente-Geral Sakoda Yuji em coletiva realizada nesta sexta-feira (8), acompanhado da divulgação de um relatório detalhado sobre as falhas no caso.
Os executivos haviam sido acusados em 2020 de exportar ilegalmente para a China e outros países equipamentos com possível uso militar. Apesar das acusações formais, os promotores retiraram os processos, reconhecendo a ausência de provas, e os três homens foram oficialmente declarados inocentes. Um deles faleceu de câncer enquanto estava sob custódia — a doença foi diagnosticada durante a detenção.
“Gostaria de expressar novamente meu mais profundo pesar pelo enorme sofrimento mental causado aos três detidos e a todos os envolvidos”, declarou Sakoda.
O caso resultou em um processo judicial contra o governo central e o governo metropolitano de Tóquio. Em maio, o Tribunal Superior de Tóquio determinou o pagamento de mais de 166 milhões de ienes (cerca de 1,12 milhão de dólares) aos familiares e sobreviventes, e a decisão foi posteriormente finalizada.
Diante do escândalo, a polícia de Tóquio criou uma força-tarefa liderada pelo vice-chefe da corporação para revisar as investigações conduzidas na época. O relatório divulgado aponta falhas estruturais graves, incluindo negligência na cadeia de comando, especialmente no Bureau de Segurança Pública.
De acordo com o documento, dois agentes conduziram a investigação com excessivo entusiasmo, ignorando alertas de colegas mais cautelosos. Além disso, os relatórios internos entregues à cúpula do departamento tornaram-se meramente protocolares, sem controle efetivo sobre os rumos do caso.
A Polícia Metropolitana de Tóquio anunciou que medidas disciplinares ou ações equivalentes serão aplicadas ainda hoje (8) contra os atuais e ex-dirigentes envolvidos, incluindo aqueles já aposentados.
O episódio expõe falhas graves na condução de investigações em casos sensíveis e reacende o debate sobre transparência, responsabilidade e direitos civis no sistema judiciário japonês.
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