Beijing, China – 6 de agosto de 2025 – Xinhua News Agency – Autoridades da Região Autônoma do Tibete reafirmaram nesta terça-feira (6) que o governo chinês terá a palavra final sobre a escolha do sucessor do 14º Dalai Lama, o líder espiritual exilado do budismo tibetano.
A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada por membros do Comitê do Partido Comunista Chinês para o Tibete, na capital Pequim. O evento antecede as comemorações do 60º aniversário da fundação da região autônoma, marcado para o dia 1º de setembro.
Durante a apresentação, os líderes locais destacaram os avanços promovidos pelo governo central nas últimas décadas, como o aumento da renda da população em quase 200 vezes, além de obras de infraestrutura como estradas, ferrovias e sistemas de transporte.
No entanto, o ponto mais sensível foi a sucessão espiritual do Dalai Lama. O segundo mais alto funcionário do Tibete declarou de forma enfática:
“O governo central tem a palavra final e indiscutível sobre a reencarnação do Dalai Lama.”
A declaração surge em meio à crescente tensão entre a China e a comunidade tibetana no exílio. O próprio Dalai Lama, que celebrou 90 anos no mês passado na Índia, reafirmou que sua sucessão será decidida exclusivamente conforme as tradições religiosas tibetanas, sem qualquer interferência externa.
“O sistema de reencarnação continuará com a identificação feita por monges seniores e outros líderes espirituais após minha morte”, declarou o líder.
O Dalai Lama vive exilado na Índia desde 1959, quando fugiu após a repressão de uma revolta popular contra a presença chinesa no Tibete. Desde então, ele se tornou uma das vozes mais proeminentes na defesa da autonomia religiosa e cultural do povo tibetano, sendo acusado por Pequim de fomentar o separatismo.
A disputa sobre a futura sucessão é vista como um dos pontos mais críticos para o futuro da liberdade religiosa no Tibete, uma vez que o controle da narrativa espiritual também representa influência política na região.
A comunidade internacional acompanha com preocupação as declarações chinesas, temendo uma possível imposição de um “Dalai Lama fabricado” por Pequim, como já aconteceu no caso do Panchen Lama, reconhecido pela China em detrimento da escolha do líder tradicional tibetano, que permanece desaparecido desde a infância.
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