Fukui, Fukui, Japão, 2 de agosto de 2025 – NHK – O japonês Maekawa Shoshi, de 60 anos, foi oficialmente declarado inocente após quase quatro décadas desde sua condenação por um assassinato ocorrido em 1986, na província de Fukui, litoral do Mar do Japão. O caso foi encerrado nesta sexta-feira (1º) quando a Promotoria Pública Superior de Nagoya anunciou que não recorrerá da decisão de absolvição proferida em julho pela Corte de Kanazawa.
Maekawa foi condenado pela morte de uma estudante do ensino fundamental e cumpriu pena de prisão, mesmo afirmando sua inocência durante todo o processo. Em outubro do ano passado, foi concedido um novo julgamento. A decisão final reconheceu a falta de credibilidade dos testemunhos usados originalmente para incriminá-lo.
Os juízes afirmaram que os investigadores, sem provas conclusivas, recorreram a métodos questionáveis, como perguntas sugestivas, que levaram testemunhas a moldarem seus relatos conforme as expectativas das autoridades.
“Foi revelado que os promotores insistiram na sua tese mesmo após obterem provas que contradiziam a versão inicial. É natural que o tribunal tenha considerado injustas essas ações. Os promotores precisam refletir profundamente sobre isso”, declarou o procurador Hama Katsuhiko em coletiva.
Apesar do reconhecimento das falhas no processo, Hama afirmou que não há planos para um pedido formal de desculpas a Maekawa. Ele acrescentou que os erros identificados serão compartilhados internamente, mas descartou a abertura de investigações adicionais.
Em coletiva de imprensa realizada em Fukui, Maekawa disse sentir alívio com o encerramento do processo, embora a dor pelas décadas perdidas persista.
“Fiz muitos sacrifícios e essa luta não termina aqui. Sinto que é minha responsabilidade pressionar o governo a reformar o sistema de revisão judicial do Japão”, declarou.
Um dos principais envolvidos no caso original, cuja declaração levou à condenação de Maekawa, revelou arrependimento em entrevista. Ele afirmou ter sido conduzido pela polícia com perguntas induzidas, resultando em um testemunho falso.
“Lamento profundamente por ter contribuído para a condenação de um homem inocente. Espero que Maekawa possa finalmente viver em paz”, disse o ex-testemunho.
O caso reacende o debate sobre os mecanismos de apelação e revisão penal no Japão. Organizações de direitos humanos e juristas têm cobrado maior transparência e agilidade nos processos de retrial, especialmente quando há indícios de erro judiciário grave.
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