Ucrânia sai de tratado que proíbe minas antipessoal

Kyiv, oblast de Kyiv, Ucrânia, 1º de julho de 2025, UNIAN – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, assinou um decreto que oficializa a retirada do país da Convenção de Ottawa — tratado internacional que proíbe a produção e o uso de minas terrestres antipessoal. A decisão foi anunciada no dia (30) e deve ser encaminhada ao Parlamento antes de ser formalmente comunicada às Nações Unidas.

“O uso extensivo de minas antipessoal pela Rússia transformou o campo de batalha em um ambiente assimétrico, limitando o direito da Ucrânia à legítima defesa”, declarou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.

O tratado, firmado por mais de 160 países desde 1997, não conta com a adesão da Rússia. Com a escalada do conflito e a intensificação da ofensiva russa na região de Donetsk, o governo ucraniano alega que a permanência no acordo restringe suas possibilidades de proteger o território.

Autoridades locais afirmam que a retirada coloca a Ucrânia em alinhamento com outros países vizinhos da Rússia que já indicaram intenção de abandonar o tratado, como Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia e Finlândia.

Enquanto isso, os combates no leste continuam. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou no domingo (30) que suas forças capturaram um assentamento próximo a um importante centro logístico ucraniano em Donetsk. Segundo o comandante das forças armadas ucranianas, Oleksandr Syrskyi, mais de 110 mil soldados russos estão atualmente concentrados na linha de frente daquela região.

A medida marca uma inflexão significativa na postura internacional da Ucrânia e poderá gerar repercussões no cenário diplomático global, sobretudo entre países signatários da Convenção de Ottawa.

O governo ucraniano ainda não detalhou se iniciará produção ou implantação das minas antipessoal, mas reforçou que qualquer decisão terá como base a necessidade de defesa nacional.