Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos do Brasil

Washington, D.C., Estados Unidos, 10 de julho de 2025, Associated Press – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta quinta-feira (10) cartas oficiais detalhando novas tarifas que serão aplicadas a partir de 1º de agosto contra oito países — incluindo o Brasil, que enfrentará uma taxa de 50% sobre determinados produtos.

A medida faz parte da retomada das chamadas “tarifas recíprocas”, anunciadas em abril pela atual administração americana. Segundo o governo, o objetivo é equilibrar as relações comerciais com nações que apresentam superávits significativos nas trocas com os EUA. As tarifas haviam sido temporariamente suspensas, mas serão retomadas com taxas reajustadas.

Além do Brasil, os países afetados incluem Argélia, Iraque, Líbia e Sri Lanka, que receberão tarifas de 30%; Brunei e Moldávia, com 25%; e as Filipinas, com 20%.

“Brasil, por exemplo, não tem sido bom conosco, nem um pouco”, declarou Trump a jornalistas na Casa Branca.

Na carta destinada ao governo brasileiro, Trump mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que o respeita profundamente e que muitos líderes globais compartilham dessa opinião. Ele ainda acrescentou que acredita que o julgamento enfrentado por Bolsonaro no Brasil “não deveria estar acontecendo”.

Segundo analistas econômicos, a elevação da tarifa de 10% para 50% representa um endurecimento nas relações comerciais entre Washington e Brasília. Exportadores brasileiros já expressam preocupação com os impactos sobre setores-chave, como o agronegócio e a indústria siderúrgica.

As cartas enviadas aos parceiros comerciais seguem o mesmo padrão de redação, variando apenas os nomes dos países e os percentuais aplicados. Observadores internacionais veem a decisão como parte de uma estratégia mais ampla da campanha de reeleição de Trump, voltada para reforçar sua imagem de defesa da economia americana.

As autoridades brasileiras ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o conteúdo da carta nem sobre medidas diplomáticas ou econômicas que poderão ser adotadas em resposta.