Haia, Países Baixos, 9 de julho de 2025, Deutsche Welle – O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou nesta terça-feira (9) a emissão de mandados de prisão contra dois líderes do Talibã no Afeganistão, incluindo o líder supremo do grupo, Haibatullah Akhundzada, por crimes sistemáticos contra mulheres e meninas.
Segundo a decisão, os acusados são responsabilizados por violações graves de direitos humanos, como a proibição do acesso à educação, à liberdade de expressão e a outros direitos fundamentais, praticadas de forma contínua por cerca de três anos e meio, até ao menos janeiro de 2025.
“A perseguição de gênero abrange não apenas atos diretos de violência, mas também formas institucionais e sistêmicas de opressão”, declarou o tribunal em comunicado oficial.
Os pedidos de mandado haviam sido apresentados pelos promotores do TPI em janeiro deste ano, após longa investigação sobre as políticas do governo interino do Talibã, que assumiu o poder em 2021 e impôs amplas restrições aos direitos das mulheres afegãs.
Desde a retomada do controle pelo grupo fundamentalista, mulheres e meninas vêm sendo sistematicamente excluídas da vida pública, impedidas de frequentar escolas secundárias, universidades, trabalhar em diversas áreas e até mesmo circular sozinhas em espaços públicos.
Em resposta, um porta-voz do governo interino do Talibã divulgou um comunicado condenando a decisão da corte internacional e rejeitando as acusações.
“Declarações infundadas como essa não abalarão nossa firme determinação nem nossa posição legítima”, afirmou o porta-voz em nota oficial.
O TPI não informou detalhes sobre os procedimentos para efetivação dos mandados, mas reforçou o compromisso com a responsabilização de crimes internacionais, sobretudo os que envolvem discriminação e perseguição de gênero em larga escala.
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