Subcontratados denunciam calote na Expo 2025 em Osaka

Osaka, província de Osaka, Japão – 26 de julho de 2025, NHK – A Exposição Mundial Expo 2025 em Osaka enfrenta uma crise que vai além da arquitetura inovadora dos pavilhões. Pelo menos 19 empresas subcontratadas que participaram da construção de pavilhões de sete países alegam não ter recebido pagamento pelos serviços prestados.

As denúncias envolvem obras dos pavilhões dos Estados Unidos, Angola, Sérvia, China, Alemanha, Malta e Romênia. Os subcontratados afirmam que as empresas responsáveis pelas contratações não cumpriram os prazos de pagamento estabelecidos.

O problema se agrava com o chamado “efeito dominó”: subcontratadas de primeiro nível que não foram pagas não conseguiram repassar os valores a empresas de segundo nível, gerando uma cadeia de inadimplência.

Os valores não pagos variam entre 1 milhão e 120 milhões de ienes — algo entre 6.800 e 820 mil dólares por empresa —, causando sérios impactos na saúde financeira de algumas delas.

“Citaram quebra de contrato e insatisfação do cliente, além de alegarem que os responsáveis não estavam no Japão”, declarou um dos empresários afetados.

Algumas das contratantes negaram qualquer pendência financeira, classificando as denúncias como infundadas. Ainda assim, a associação da Expo, o governo central e o governo da prefeitura de Osaka estudam abrir uma investigação para apurar o caso e definir possíveis medidas.

O professor Kusunoki Shigeki, da Universidade de Tsukuba, comentou que, diante do cronograma apertado e da alta nos custos de mão de obra, pode ter havido execução de serviços sem contratos devidamente formalizados.

“Quando a empresa contratante é estrangeira, podem ocorrer falhas de comunicação e divergências na interpretação dos contratos”, afirmou Kusunoki.

A Expo 2025 em Osaka reúne 158 países e regiões, sendo considerada um dos maiores eventos internacionais em andamento no Japão. A disputa entre empresas e contratantes pode manchar a imagem do evento e gerar repercussões diplomáticas.