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Rússia reconhece oficialmente governo Talibã no Afeganistão

Moscou torna-se o primeiro país a reconhecer formalmente o regime interino liderado pelo grupo islâmico

Moscou, Província Central, Rússia, 5 de julho de 2025, TASS – A Rússia reconheceu oficialmente o governo interino do Talibã no Afeganistão, tornando-se o primeiro país a estabelecer esse nível de legitimidade diplomática ao regime islâmico desde sua retomada do poder em 2021. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (4) pela agência estatal russa TASS.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, o reconhecimento visa fomentar a cooperação produtiva entre os dois países, sobretudo nas áreas de energia, agricultura e combate ao terrorismo.

“Acreditamos que esta decisão abrirá novos caminhos para o avanço de nossas relações bilaterais em bases construtivas”, declarou um porta-voz da chancelaria russa.

Até então, nenhum outro governo havia concedido reconhecimento formal ao Talibã, cujas políticas internas têm sido amplamente criticadas por restringirem direitos fundamentais, especialmente de mulheres, com limitações severas ao acesso à educação e ao trabalho.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores do Talibã, Amir Khan Muttaqi, agradeceu à Rússia por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, exaltando a coragem de Moscou:

“A atitude corajosa da Rússia servirá de exemplo para outras nações. Nosso governo está pronto para manter boas relações com todos os países, com base em uma política equilibrada”, afirmou Muttaqi.

A Rússia havia classificado o Talibã como organização terrorista em 2003, mantendo o grupo banido de suas atividades em território russo. No entanto, desde a volta do Talibã ao poder em Cabul, Moscou adotou uma postura de aproximação. Em abril deste ano, o grupo foi oficialmente removido da lista russa de organizações terroristas.

A comunidade internacional continua dividida quanto à forma de lidar com o regime do Talibã. Analistas apontam que a decisão russa pode provocar uma reconfiguração diplomática, especialmente entre países da Ásia Central e Oriente Médio.

SourceNHK

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