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Por que a Ucrânia evita atacar civis como faz a Rússia

Com foco em objetivos militares, Ucrânia busca manter apoio internacional e cumprir normas humanitárias mesmo sob ataques russos a alvos civis

Kyiv, Oblast de Kyiv, Ucrânia, 11 de julho de 2025, Ukrinform – Em meio à contínua guerra contra a invasão russa, a Ucrânia tem se diferenciado de seu oponente em um ponto essencial: a conduta no campo de batalha quanto aos civis. Enquanto a Rússia é repetidamente acusada de bombardear residências, hospitais, escolas e infraestrutura energética, a Ucrânia mantém uma política deliberada de evitar ataques contra a população civil em território russo.

As razões para essa escolha vão muito além de princípios morais. A estratégia ucraniana é orientada por fatores legais, diplomáticos e táticos.

“O que nos separa dos agressores é o respeito pela vida humana, mesmo em meio à destruição”, declarou recentemente o presidente Volodymyr Zelenskyy, em entrevista a um veículo europeu.

A Ucrânia, signatária de convenções internacionais como os Protocolos de Genebra, segue uma doutrina militar que prioriza o combate contra alvos militares — arsenais, centros de comando, pistas de pouso, depósitos logísticos — e não civis.

Além disso, o país sabe que sua posição no cenário internacional depende da manutenção de sua imagem como uma democracia em resistência legítima à ocupação. Atos que violem leis de guerra poderiam minar o apoio de países aliados, principalmente dos Estados Unidos, União Europeia e Japão.

Analistas apontam que outro motivo central para a contenção ucraniana está no próprio campo de batalha. A Ucrânia não possui, como a Rússia, um arsenal ilimitado de mísseis de longo alcance. Suas ações ofensivas precisam ser precisas e cirúrgicas, e as operações em território russo — como os ataques com drones a refinarias e bases aéreas — são cuidadosamente calculadas para impactar a capacidade logística e militar do inimigo, sem atingir civis.

Em contrapartida, a Rússia tem reiteradamente bombardeado centros urbanos ucranianos sem qualquer presença militar relevante, resultando em milhares de mortes de civis desde o início da guerra, em 2022. Esses ataques são denunciados por Kiev e por organizações internacionais como crimes de guerra.

“O objetivo russo é quebrar o moral da população, destruir o cotidiano, apagar a cultura ucraniana e impor medo”, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia.

Na avaliação de especialistas ocidentais, o comportamento distinto de ambos os lados revela o abismo ético entre uma democracia em defesa de sua soberania e um regime autocrático que usa o terror como ferramenta de guerra.

Apesar das pressões internas por vingança e retaliação, a liderança ucraniana segue apostando na legitimidade internacional, mantendo firme o princípio de que a guerra deve ser travada com regras — mesmo quando o inimigo as ignora.

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