Malásia monitora trégua entre Camboja e Tailândia

Kuala Lumpur, Selangor, Malásia, 31 de julho de 2025, Bernama – A Malásia, atual presidente rotativa da ASEAN, iniciou nesta quarta-feira (30) o envio de duas equipes de monitoramento para acompanhar a implementação do cessar-fogo firmado entre Camboja e Tailândia, após meses de confrontos armados na fronteira que deixaram ao menos 40 mortos e mais de 300 mil deslocados.

O compromisso foi anunciado durante uma reunião de alto nível entre as Forças Armadas Reais do Camboja e o Exército da Malásia. De acordo com o comunicado oficial cambojano, as equipes serão lideradas pelos adidos militares malaios destacados em cada um dos dois países.

Ambas as missões terão como objetivo verificar o cumprimento do acordo firmado na segunda-feira (28), que prevê cessar-fogo incondicional, suspensão de movimentações militares nas regiões de fronteira e a criação de equipes de coordenação para resolver conflitos em tempo real.

“As partes concordaram em manter o cessar-fogo, evitar provocações e manter linhas diretas de comunicação entre comandantes de fronteira”, afirmou uma autoridade malaia envolvida na mediação.

A presença dos observadores da Malásia em solo cambojano e tailandês representa um esforço direto da ASEAN para conter a escalada das tensões e restaurar a estabilidade regional. A decisão de incluir uma força de supervisão internacional também sinaliza a disposição das partes em seguir com o processo de paz.

O conflito fronteiriço, que se intensificou nos últimos meses, afetou vilarejos, plantações e postos militares, resultando em dezenas de mortes, inclusive de civis. O deslocamento forçado de mais de 300 mil pessoas gerou preocupações humanitárias crescentes nas duas nações e entre parceiros regionais.

“A prioridade agora é garantir que o cessar-fogo seja mantido e que as populações afetadas possam retornar com segurança às suas casas”, destacou um oficial malaio da missão de paz.

A Malásia reforçou que continuará a atuar como facilitadora do diálogo e, se necessário, poderá ampliar sua presença na região com missões civis e humanitárias. O gesto é visto como uma demonstração de liderança diplomática no sudeste asiático.