Seul, Coreia do Sul, 17 de julho de 2025 — Yonhap News Agency – A Justiça sul-coreana anulou uma ordem provisória de 2015 que impedia a publicação integral do livro “Comfort Women of the Empire”, da professora emérita Park Yu-ha, da Universidade Sejong. A decisão abre caminho para que a obra volte a circular em sua forma original, sem cortes.
A medida judicial havia sido emitida devido a trechos do livro que descreviam o relacionamento entre as chamadas “mulheres de conforto” — vítimas de exploração sexual pelo Exército Imperial Japonês durante a Segunda Guerra Mundial — e os soldados japoneses como uma relação de “companheirismo”, o que provocou forte reação pública e levou à acusação de difamação contra a autora.
Park enfrentou processo judicial por difamação, mas foi absolvida por um tribunal superior no ano passado. A corte entendeu que o conteúdo do livro se enquadra como argumento acadêmico, não sendo passível de punição penal.
“A Justiça reconheceu o direito à liberdade acadêmica. Agora meu livro poderá ser lido como foi originalmente concebido”, escreveu Park em sua conta nas redes sociais, celebrando o fim da censura.
Desde a publicação original em 2013, a obra vinha sendo vendida com 34 trechos suprimidos por determinação judicial. A recente decisão restabelece o direito da autora de divulgar seu trabalho na íntegra, reacendendo debates sobre liberdade acadêmica, memória histórica e as cicatrizes da ocupação japonesa na península coreana.
A questão das “mulheres de conforto” continua sendo um tema sensível nas relações diplomáticas entre Coreia do Sul e Japão. A liberação do livro pode gerar novos atritos, mas também representa um marco para o livre debate histórico no país.
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