Japão encerra cerimônias das Forças de Autodefesa

Tokyo, Japão, 31 de julho de 2025, NHK – O Ministério da Defesa do Japão anunciou nesta quarta-feira (30) o fim das tradicionais cerimônias anuais de revisão das Forças de Autodefesa (SDF), que ocorriam no outono e reuniam tropas e equipamentos de todo o país. A decisão foi motivada por preocupações crescentes com o ambiente de segurança na região e pela necessidade de manter um estado de prontidão operacional mais ágil.

De acordo com o comunicado, a suspensão das cerimônias será mantida até que haja uma mudança significativa no cenário de segurança que envolve o Japão. As autoridades classificaram o atual contexto como o mais grave e complexo desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

“O Japão enfrenta hoje um ambiente de segurança extremamente severo e imprevisível. A prioridade é redirecionar os recursos humanos e operacionais das SDF para o monitoramento constante e a defesa efetiva do território nacional”, destacou o Ministério da Defesa.

Tradicionalmente, as cerimônias de revisão funcionavam como uma vitrine dos resultados dos treinamentos das forças terrestres, marítimas e aéreas, contando com a presença do primeiro-ministro e de outras autoridades civis e militares.

Desde o ano fiscal de 2020, no entanto, os eventos passaram a ser reduzidos, como forma de aliviar a carga de trabalho das unidades. Agora, o cancelamento definitivo dessas cerimônias reflete uma mudança estrutural na estratégia de comunicação e prontidão militar do país.

O ministério informou que, em substituição, planeja realizar exposições de equipamentos militares e programas de demonstração aérea em diferentes regiões do Japão, como forma de aproximar a população das atividades das Forças de Autodefesa e manter o interesse público.

“O objetivo não é se afastar da sociedade civil, mas encontrar formas mais eficazes e seguras de apresentar o trabalho contínuo e essencial das SDF”, concluiu o comunicado.

A medida é interpretada por analistas como parte de um movimento mais amplo de adaptação das forças armadas japonesas a um cenário geopolítico volátil, especialmente diante das tensões crescentes no Indo-Pacífico e da intensificação de atividades militares por parte de potências vizinhas.