Ishiba enfrenta pressão após derrota no Senado japonês

Tokyo, Província de Tokyo, Japão – 23 de julho de 2025, NHK World-Japan. – O primeiro-ministro do Japão, Ishiba Shigeru, anunciou que permanecerá no cargo, mesmo após a coligação governista perder a maioria na Câmara Alta do Parlamento nas eleições de domingo (20). A decisão de Ishiba, no entanto, gerou insatisfação e pedidos de renúncia por parte de membros de seu próprio partido, o Partido Liberal Democrata (LDP).

A aliança formada pelo LDP e seu parceiro Komeito conquistou apenas 47 assentos, número inferior aos 50 necessários para manter a maioria. Este é um fato inédito na história de 70 anos do LDP, que nunca havia liderado uma coalizão sem controle de uma das casas do Parlamento.

“O LDP deve cumprir sua responsabilidade como partido majoritário na Câmara Alta, sem prejudicar a política nacional”, afirmou Ishiba em coletiva de imprensa.

Apesar da promessa de buscar consenso com partidos da oposição em cada política específica, a pressão interna sobre o premiê aumentou. O legislador da Câmara Alta Aoyama Shigeharu pediu publicamente sua renúncia, alegando que “não se pode deixar negociações tarifárias com os EUA nas mãos de um governo enfraquecido”.

Uma das seções regionais do LDP também decidiu formalmente exigir que Ishiba deixe a liderança do partido.

“Quero que ele assuma a responsabilidade como líder, mas não devemos nos destruir internamente”, alertou o ex-ministro da Segurança Econômica, Kobayashi Takayuki.

Em meio ao descontentamento, executivos do LDP planejam convocar uma reunião conjunta dos parlamentares das duas câmaras na próxima semana. A intenção é obter apoio à permanência de Ishiba no cargo, ressaltando a importância da continuidade nas negociações tarifárias com os Estados Unidos.

O cenário revela uma divisão crescente dentro do principal partido japonês e indica um período de instabilidade política que pode impactar diretamente nas decisões econômicas e diplomáticas do país.