Irã suspende cooperação com a AIEA

Teerã, Província de Teerã, Irã, 3 de julho de 2025, IRNA – O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, anunciou que o país suspenderá oficialmente sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ampliando incertezas sobre o futuro do programa nuclear iraniano e as relações com a comunidade internacional.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (2), em rede nacional de televisão, confirmando que uma lei aprovada anteriormente pelo parlamento foi colocada em vigor. Embora os detalhes da suspensão não tenham sido revelados, o gesto representa um novo capítulo de tensão na já delicada relação entre Teerã e o Ocidente.

“Essa decisão reafirma a soberania nacional diante de pressões externas e garante o direito legítimo do Irã ao desenvolvimento pacífico da energia nuclear”, declarou o presidente Pezeshkian.

O parlamento iraniano havia aprovado no mês passado uma resolução exigindo o fim da colaboração com a AIEA até que o país recebesse garantias formais sobre a segurança de suas instalações nucleares, proteção de seus cientistas e o respeito ao direito de enriquecer urânio, conforme estabelecido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Em maio, a AIEA divulgou um relatório indicando que materiais nucleares detectados entre 2019 e 2020 em várias instalações não declaradas do Irã apontavam para um possível programa nuclear não divulgado. O governo iraniano rejeitou as acusações, alegando que o relatório fornecia justificativas para ações hostis, como as promovidas por Israel.

Agora, com a suspensão da cooperação, inspetores da AIEA não poderão mais acessar as instalações nucleares do país, elevando preocupações internacionais quanto ao avanço do programa atômico iraniano e ao possível colapso das negociações nucleares com os Estados Unidos.

“Essa medida pode representar um retrocesso diplomático severo e dificultar a retomada de qualquer diálogo entre Teerã e Washington”, comentou um analista regional em segurança.

A medida já provocou reações nos bastidores diplomáticos. Representantes de países europeus expressaram preocupação com a escalada e temem que essa decisão do governo iraniano possa ter impactos duradouros sobre a estabilidade do Oriente Médio.