Yoon pode ter provocado resposta militar norte-coreana

Seul, Província de Gyeonggi, Coreia do Sul, 5 de julho de 2025, Yonhap News Agency – A equipe especial de promotores da Coreia do Sul que investiga o ex-presidente Yoon Suk-yeol por sua imposição de lei marcial no ano passado está aprofundando a apuração sobre suspeitas de que ele tenha tentado provocar uma resposta militar da Coreia do Norte como justificativa para a medida.

Segundo reportagens divulgadas por veículos sul-coreanos, incluindo a Yonhap News Agency, Yoon teria ordenado uma incursão de drones ao território norte-coreano em outubro, com o objetivo de desencadear uma reação bélica do regime de Pyongyang. A alegação é sustentada por uma gravação de áudio atribuída a um oficial militar, sugerindo que a ordem partiu diretamente de Yoon.

“A investigação contra membros das Forças Armadas por possível apoio a agressão estrangeira está em andamento”, afirmou um representante da promotoria especial nesta sexta-feira (4), sem detalhar o conteúdo das apurações.

Na ocasião da suposta ação, a Coreia do Norte divulgou ter encontrado destroços de um drone em Pyongyang, do mesmo modelo utilizado pelo Exército sul-coreano. O governo norte-coreano acusou Seul de espalhar panfletos de propaganda por meio desses dispositivos, condenando duramente o que chamou de “ato provocativo”.

Já o Ministério da Defesa da Coreia do Sul declarou à imprensa que não é possível confirmar a autenticidade das alegações feitas por Pyongyang.

O caso coloca mais pressão sobre Yoon, cuja administração já enfrenta críticas por supostos abusos de poder durante sua presidência. O uso estratégico de uma possível escalada militar com o Norte pode configurar uma grave violação constitucional.

A apuração sobre o episódio continua sob sigilo, mas o tema deve dominar o debate político nacional nos próximos dias, especialmente com a possibilidade de indiciamentos de membros da cúpula militar.