Escândalo da agência postal britânica exige justiça restaurativa da empresa Fujitsu

Radio Shiga

5 meses atrás

Londres, Inglaterra, Reino Unido, 10 de julho de 2025, BBC News – O governo britânico foi instado a implementar um programa de justiça restaurativa após um inquérito independente confirmar que mais de 900 operadores de agências postais foram injustamente acusados de crimes, devido a erros graves do sistema de contabilidade Horizon, fornecido por uma subsidiária da empresa japonesa Fujitsu.

Entre 1999 e 2015, o software incorretamente apontava déficits financeiros nas contas, levando centenas de trabalhadores a processos criminais por supostos furtos, fraudes e má conduta. A falha só foi oficialmente reconhecida em 2019, e desde então o Reino Unido aprovou leis para exonerar e compensar os prejudicados. Até o momento, cerca de 1,49 bilhão de dólares já foram pagos em indenizações.

O primeiro relatório da investigação, divulgado nesta terça-feira (8), classificou o comportamento da Agência Postal e da Fujitsu como “totalmente inaceitável”.

“O sofrimento causado a inocentes por erros tecnológicos e omissões institucionais é devastador. As famílias também devem ser incluídas no processo de reparação,” declarou o documento.

O inquérito aponta que cerca de 10 mil pessoas podem ser elegíveis para programas de compensação. O relatório também solicita que a Fujitsu, o governo britânico e a agência postal apresentem um plano concreto de justiça restaurativa até o final de outubro deste ano, com especial atenção às famílias mais impactadas.

Após a divulgação do relatório, a Fujitsu emitiu um pedido formal de desculpas, reconhecendo sua responsabilidade moral. A empresa declarou que está disposta a colaborar integralmente com as investigações e iniciar tratativas com o governo para determinar sua contribuição nas indenizações.

O escândalo gerou revolta nacional, sendo retratado em produções televisivas e debates parlamentares. Para muitos britânicos, representa uma das maiores injustiças modernas do sistema jurídico do país. A pressão agora recai sobre o governo britânico para garantir que as vítimas e seus familiares recebam não apenas compensações financeiras, mas também reconhecimento público e dignidade restaurada.