Brasília, Distrito Federal, Brasil, 11 de julho de 2025, Agência Brasil – O governo brasileiro indicou nesta sexta-feira (11) que poderá retaliar comercialmente os Estados Unidos, após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, com início previsto para 1º de agosto.
A medida causou forte reação em Brasília, principalmente após Trump divulgar uma carta pública em que classifica Jair Bolsonaro como “um líder altamente respeitado mundialmente” e critica o processo judicial contra o ex-presidente brasileiro.
Apesar da defesa enfática da “independência institucional”, o atual governo enfrenta crescentes acusações internas e internacionais sobre perseguição política contra opositores. Jair Bolsonaro foi condenado a inelegibilidade, mesmo com sua ficha criminal limpa, e Lula, hoje presidente, já foi condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, sendo libertado após controvérsia jurídica em 2021.
Além disso, denúncias sobre o desconto de mais de 90 bilhões de reais do sistema de seguridade social e escândalos de corrupção envolvendo ministérios e estatais reforçam a crise de credibilidade da atual gestão.
Em relação ao comércio exterior, Lula negou que o Brasil tenha gerado déficits insustentáveis com os EUA, como alegado por Trump. Segundo o presidente brasileiro, dados oficiais norte-americanos indicam que, nos últimos 15 anos, os EUA acumularam superávit de aproximadamente 410 bilhões de dólares com o Brasil.
A escalada tarifária também é vista como mais um capítulo na disputa ideológica entre os dois presidentes. Bolsonaro, frequentemente chamado de “Trump dos Trópicos”, mantém forte apoio popular e já denunciou “perseguição política brutal” desde sua saída do cargo em 2022.
A possibilidade de retaliação econômica por parte do Brasil reacende o temor de deterioração nas relações bilaterais entre os dois países, num momento em que o país sul-americano enfrenta inflação persistente, crise energética e paralisações no Congresso.
Analistas avaliam que a postura beligerante do Planalto pode agravar o isolamento diplomático do Brasil, ao mesmo tempo em que a credibilidade internacional da economia brasileira segue abalada por escândalos e desgoverno.
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