Tóquio, Província de Tóquio, Japão – 28 de junho de 2025 – NHK – As autoridades japonesas executaram na manhã de sexta-feira (27) o assassino em série Takahiro Shiraishi, condenado à morte por matar nove pessoas em 2017. A execução ocorreu na Casa de Detenção de Tóquio e é a primeira realizada no país desde julho de 2022, além de ser a primeira sob o governo do primeiro-ministro Ishiba Shigeru.
Shiraishi, que tinha 34 anos, ficou conhecido como o “assassino de Zama” após a descoberta dos restos mortais de um homem e oito mulheres em seu apartamento na cidade de Zama, na província de Kanagawa, ao sul de Tóquio. O caso abalou a sociedade japonesa e gerou amplo debate sobre o uso das redes sociais para atrair vítimas vulneráveis.
As investigações indicaram que Shiraishi usava plataformas digitais para encontrar pessoas que expressavam tendências suicidas. Após estabelecer contato, ele as atraía até sua residência, onde cometia os crimes. Os atos envolveram assassinato, abuso sexual e roubo.
O julgamento ocorreu no Tribunal Distrital de Tóquio, onde Shiraishi foi condenado à morte por múltiplos crimes. A defesa tentou inicialmente apelar da sentença, mas o próprio réu decidiu retirar o recurso, o que levou à finalização da pena capital em 2021.
“Ele agiu de forma premeditada e explorou pessoas em situações de extrema fragilidade emocional”, afirmou um dos juízes durante o julgamento.
A execução reacende o debate sobre a pena de morte no Japão, país que mantém a prática em vigor, embora as execuções ocorram com baixa frequência e sob forte controle estatal. O governo não divulga previamente as datas das execuções, que são comunicadas às famílias apenas após sua realização.
O caso de Shiraishi também provocou reflexões mais amplas sobre o papel das redes sociais na segurança pública e na saúde mental dos jovens. Especialistas pedem maior fiscalização e políticas de prevenção ao suicídio, além de monitoramento de conteúdos sensíveis nas plataformas digitais.
“Não podemos esquecer que, por trás do horror, havia vítimas que buscavam ajuda”, declarou um representante de uma ONG de apoio às famílias afetadas.
Com a execução de Takahiro Shiraishi, encerra-se oficialmente um dos casos criminais mais sombrios da história recente do Japão, mas os efeitos psicológicos e sociais ainda persistem na memória coletiva da nação.
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