Filipinas acusam China de ataque com canhão de água

Manila, Região Metropolitana de Manila, Filipinas, 21 de junho de 2025, Philippine News Agency – O governo das Filipinas acusou a Guarda Costeira da China de disparar canhões de água contra um de seus navios oficiais nesta sexta-feira (20), em um novo episódio de tensão no disputado Mar do Sul da China, nas imediações do Recife de Scarborough.

Segundo as autoridades filipinas, quatro embarcações do Bureau de Pesca e Recursos Aquáticos (BFAR) estavam em missão de reabastecimento para barcos de pesca nacionais quando foram bloqueadas e atacadas por uma embarcação chinesa.

“Foi uma ação ilegal e agressiva que colocou em risco a vida dos tripulantes filipinos”, declarou o porta-voz do Departamento de Relações Exteriores das Filipinas.

O governo de Manila também divulgou um vídeo do incidente, no qual é possível ver um navio chinês lançando jatos de água contra as embarcações filipinas. O ataque ocorreu nas proximidades do Recife de Scarborough, a cerca de 200 quilômetros a oeste da Ilha de Luzon, dentro da zona econômica exclusiva filipina, embora a área esteja, de fato, sob controle chinês.

Em resposta, um porta-voz da Guarda Costeira da China alegou que os navios filipinos violaram leis internacionais e soberania chinesa. Ele afirmou que a China estava apenas agindo para defender seus interesses e a integridade territorial conforme os limites traçados unilateralmente por Pequim no ano passado.

O Recife de Scarborough é um dos pontos mais sensíveis da disputa marítima entre os dois países. A região é rica em recursos pesqueiros e considerada estratégica do ponto de vista militar e econômico.

A escalada preocupa a comunidade internacional, que teme um confronto direto entre Manila e Pequim. A diplomacia filipina reiterou que continuará defendendo sua soberania e os direitos de seus pescadores na região.

“Não vamos recuar diante de intimidações. A zona econômica exclusiva das Filipinas será respeitada e protegida”, disse um alto funcionário do governo filipino.

O caso pode agravar ainda mais as relações bilaterais, já fragilizadas por repetidos confrontos e pelo endurecimento da política externa chinesa no Sudeste Asiático. O governo filipino afirmou que levará o incidente às instâncias internacionais apropriadas.