Desfile militar em Washington

Washington, Distrito de Colúmbia, Estados Unidos, 16 de junho de 2025, Associated Press – A capital dos Estados Unidos foi palco de um grandioso desfile militar neste sábado (14), promovido pela administração do presidente Donald Trump, em comemoração ao seu 79º aniversário. A cerimônia, entretanto, intensificou tensões políticas e provocou uma onda nacional de protestos.

O desfile partiu da região próxima ao Lincoln Memorial e seguiu até a parte sul da Casa Branca. Cerca de 6.700 soldados participaram do evento, que contou com 150 veículos militares, entre eles tanques Abrams, além de 50 aeronaves, como helicópteros Blackhawk.

Durante seu discurso, Trump declarou:

“Nosso país logo será mais grandioso e forte do que nunca.”

Essa foi a primeira grande parada militar realizada em Washington desde o evento promovido pelo então presidente George H. W. Bush após a Guerra do Golfo, em 1991.

No entanto, a demonstração de força dividiu opiniões. Estima-se que o evento tenha custado até 45 milhões de dólares aos cofres públicos, o que gerou críticas sobre o uso dos recursos militares e a possível politização das Forças Armadas.

Simultaneamente, manifestações sob o nome de “No Kings” (“Sem Reis”) ocorreram em mais de 2.100 localidades dos Estados Unidos. Segundo os organizadores, mais de 5 milhões de pessoas participaram das mobilizações, em protesto contra o autoritarismo e a repressão às liberdades civis.

Em Los Angeles, milhares de manifestantes se reuniram em frente à prefeitura. Desde o dia 6 de junho, a cidade tem registrado manifestações contínuas contra a política imigratória do governo federal.

“O governo está tirando pessoas das ruas e sequestrando-as,” disse uma manifestante. “Elas não são criminosas, apenas vivem suas vidas.”

Após o protesto, parte dos manifestantes se dirigiu até um edifício federal, onde se depararam com fuzileiros navais posicionados em guarda. A polícia local, montada a cavalo, foi mobilizada para dispersar os participantes que se recusaram a deixar a área.

A forte presença policial e o confronto com civis levantaram preocupações sobre o aumento da repressão e a fragilidade do debate democrático no país. A oposição política acusa Trump de transformar celebrações nacionais em ferramentas de promoção pessoal e intimidação institucional.