China acelera exportação de terras raras à UE

Pequim, Província de Pequim, China, 8 de junho de 2025. Xinhua News Agency – O governo da China anunciou que vai acelerar o processo de aprovação para o envio de metais de terras raras destinados a empresas da União Europeia. A medida, anunciada neste sábado (7) pelo Ministério do Comércio chinês, visa aliviar as recentes tensões comerciais e os impactos econômicos causados por restrições nas exportações desses materiais essenciais para a indústria tecnológica e automotiva.

“O processo será agilizado para aplicações qualificadas, com foco em garantir a estabilidade das cadeias de suprimento globais”, informou o ministério em comunicado oficial.

As limitações impostas anteriormente por Pequim afetaram diretamente montadoras na Europa, com algumas fábricas sendo obrigadas a suspender temporariamente suas operações devido à falta dos insumos. As terras raras são cruciais para a fabricação de baterias, motores elétricos e componentes eletrônicos de veículos.

A União Europeia vinha pressionando a China para aliviar as barreiras comerciais e normalizar o fornecimento. O novo posicionamento de Pequim surge em resposta direta a esses apelos, sinalizando uma possível flexibilização das regras de exportação em um momento de alta tensão geopolítica e econômica.

O impacto das restrições também foi sentido no Japão. A Suzuki Motor precisou interromper a produção de modelos compactos populares em maio (5), devido à escassez de terras raras provocada pelo atraso nas entregas vindas da China.

A decisão do governo chinês acontece às vésperas de um importante encontro comercial entre China e Estados Unidos, marcado para ocorrer em Londres na segunda-feira (9). O tema das terras raras estará entre os principais tópicos da reunião. Em maio (5), as duas potências concordaram em reduzir tarifas adicionais sobre produtos importados, mas Washington continua acusando Pequim de atrasar propositalmente os embarques de materiais estratégicos, incluindo terras raras.

“Estamos buscando diálogo, mas seguimos atentos aos efeitos de medidas unilaterais que comprometem o equilíbrio do comércio global”, afirmou um porta-voz norte-americano.

A iniciativa da China pode representar um alívio temporário para os mercados europeus e asiáticos, mas também reforça a dependência global da produção chinesa de terras raras, um setor que continua sob forte controle estatal.