Paetongtarn Shinawatra pode renunciar na Tailândia

Bangcoc, Tailândia — 21 de junho de 2025 — Thai News Agency – A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, enfrenta crescente pressão para renunciar após o vazamento de um telefonema em que supostamente menospreza um comandante regional do exército tailandês. O episódio causou abalos profundos na base governista e pode levar ao colapso da coalizão no poder.

O áudio, gravado no último fim de semana, mostra Paetongtarn conversando com o ex-primeiro-ministro cambojano e atual presidente do Senado, Hun Sen. No diálogo, a líder tailandesa se refere a um comandante do exército como sendo do “lado oposto”, durante tratativas sobre uma disputa territorial na fronteira entre os dois países.

Após a repercussão, Paetongtarn pediu desculpas, alegando que usou a expressão como uma estratégia de negociação. Ela se encontrou nesta sexta-feira (20) com o comandante em questão, numa tentativa de demonstrar que a situação havia sido resolvida. O militar, por sua vez, afirmou que não há mais mal-entendidos, já que a premiê explicou suas intenções.

“A fala foi um erro de abordagem durante uma conversa tensa. Nossa relação institucional segue intacta”, disse o comandante.

No entanto, a crise política se aprofundou. O Bhumjaithai, até então o segundo maior partido da coalizão governista, anunciou sua saída da aliança após o escândalo. Executivos do United Thai Nation (UTN), terceiro maior partido, já pedem abertamente a renúncia de Paetongtarn, embora parte da legenda discorde. Caso o UTN também abandone a base aliada, o governo perderia a maioria na câmara baixa do parlamento.

A oposição, liderada pelo People’s Party, exige que a primeira-ministra assuma a responsabilidade política pelo vazamento e clama pela dissolução do parlamento, abrindo caminho para novas eleições.

A instabilidade coloca em xeque a liderança de Paetongtarn, herdeira política da influente família Shinawatra, e reacende tensões históricas entre civis e militares no país.