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ONU alerta para tragédia após centenas de Rohingya morrerem no mar

Mais de 400 refugiados morreram em naufrágios recentes; agência pede ação internacional e apoio aos países de acolhimento

Genebra, Suíça, 24 de maio de 2025, UNHCR – A Agência das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR) soou o alarme internacional após a confirmação de que ao menos 427 Rohingya morreram em dois naufrágios ocorridos ao largo da costa de Myanmar neste mês de maio. Os incidentes, considerados os mais graves do ano envolvendo a minoria muçulmana, expõem a crescente crise humanitária enfrentada por esse povo perseguido.

Segundo a UNHCR, as duas embarcações transportavam mais de 500 refugiados, a maioria proveniente dos campos de Cox’s Bazar, em Bangladesh, e do estado de Rakhine, em Myanmar. O primeiro barco, com 267 pessoas, afundou no dia 9 de maio, deixando apenas 66 sobreviventes. O segundo, com 247 a bordo, naufragou em 10 de maio, com apenas 21 resgatados com vida. Há ainda relatos de uma terceira embarcação, interceptada ao tentar deixar Myanmar em 14 de maio.

“O agravamento da situação humanitária, somado aos cortes de financiamento, tem impacto devastador sobre a vida dos Rohingya, levando cada vez mais pessoas a arriscar tudo em busca de segurança e dignidade”, afirmou Hai Kyung Jun, diretora regional da UNHCR para Ásia e Pacífico.

A agência destaca que quase um em cada cinco Rohingya que tentam a travessia marítima em 2025 morreu ou desapareceu, tornando o mar de Andaman e a Baía de Bengala algumas das rotas mais perigosas do mundo para refugiados. A chegada da temporada de monções, com ventos fortes e mar agitado, aumenta ainda mais os riscos dessas viagens desesperadas.

A UNHCR alerta que a situação pode se agravar devido à redução dos recursos internacionais, incluindo cortes de financiamento dos Estados Unidos. Para estabilizar a vida dos refugiados e apoiar os países anfitriões, a agência estima precisar de quase 400 milhões de dólares em 2025, mas apenas 30% desse valor foi arrecadado até agora.

“Salvar vidas e resgatar pessoas em perigo no mar é um dever humanitário e uma obrigação legal internacional. É urgente que as autoridades da região e a comunidade global atuem para evitar novas tragédias”, reforça a UNHCR.

A crise dos Rohingya se arrasta há anos, com mais de 700 mil pessoas forçadas a fugir de Myanmar desde 2016 e 2017, após ataques militares. A maioria vive em campos de refugiados, mas a deterioração das condições leva cada vez mais famílias a arriscar tudo em travessias perigosas, na esperança de encontrar proteção e um futuro digno.

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SourceNHK

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