Marcos Jr. quer reconciliação com Dutertes nas Filipinas

Manila, Filipinas, 21 de maio de 2025, Philippine News Agency – O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., afirmou estar disposto a se reconciliar com a vice-presidente Sara Duterte e sua família, em meio a uma das fases mais turbulentas da política filipina dos últimos anos. A declaração ocorre logo após as eleições de meio de mandato, em que aliados de Marcos e Duterte disputaram espaço no Senado e o clima de rivalidade se intensificou.

“Não quero confusão. Quero que todos se deem bem. Já tenho muitos inimigos, não preciso de mais. Preciso de amigos”, declarou Marcos Jr. em entrevista transmitida em plataformas digitais no dia 19.

A relação entre Marcos Jr. e Sara Duterte, que concorreram juntos em 2022, se deteriorou rapidamente. A vice-presidente foi alvo de impeachment em fevereiro, acusada de diversos crimes, incluindo ameaça de assassinato contra o presidente. O processo de julgamento está previsto para começar em julho, com o Senado atuando como júri. Caso condenada, Sara ficará impedida de exercer cargos públicos e de concorrer à presidência em 2028.

O distanciamento aumentou ainda mais após a prisão do ex-presidente Rodrigo Duterte, pai de Sara, entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade relacionados à guerra às drogas. A decisão do governo de Marcos Jr. de cooperar com o TPI foi vista como uma traição por aliados dos Duterte.

Segundo o senador Ronald “Bato” Dela Rosa, aliado dos Duterte, “o que realmente é necessário é uma sinceridade extrema”. Para ele, as feridas políticas são profundas e só uma reconciliação genuína poderá pacificar o cenário.

Nas eleições do Senado realizadas na semana passada, seis das doze vagas ficaram com aliados de Marcos, enquanto o campo de Duterte conquistou três cadeiras, incluindo a mais votada. O resultado mostra que, apesar das crises, a influência dos Duterte permanece forte na política filipina.

Marcos Jr. destacou que seu objetivo é garantir estabilidade e paz para que o governo possa trabalhar em prol do país. Ele também prometeu ser mais rigoroso com casos de corrupção em seu gabinete e sinalizou mudanças nas prioridades do governo para a segunda metade de seu mandato.

O desfecho da crise política dependerá do andamento do julgamento de Sara Duterte e da capacidade das lideranças de superar divisões históricas, em busca de um ambiente mais estável para as Filipinas.