Tarifa dos EUA sobre peças preocupa setor automotivo

Washington, Distrito de Columbia, Estados Unidos, 4 de maio de 2025 — Bloomberg – O governo dos Estados Unidos aplicou uma nova tarifa de 25% sobre componentes automotivos importados, incluindo motores e transmissões, em decisão que entrou em vigor logo após às 13h00 do dia 3 (sábado), horário de Brasília.

A medida foi tomada com base na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962, que permite ao presidente restringir importações que representem ameaça à segurança nacional. A nova tarifa acompanha a já imposta no dia 3 de abril, que taxou em 25% os veículos estrangeiros.

“Nosso objetivo é proteger a indústria nacional e assegurar que tenhamos controle sobre os insumos críticos da nossa cadeia de produção,”

afirmou um porta-voz da Casa Branca.

No entanto, o governo também anunciou que pretende suavizar alguns dos impactos dessa política. Segundo autoridades norte-americanas, parte do valor pago pelas montadoras na importação de peças será reembolsado.

“Nosso compromisso é com a competitividade das empresas americanas. Haverá um ressarcimento equivalente a 3,75% do valor de etiqueta dos veículos montados localmente,”

informou o Departamento de Comércio dos EUA.

Dados do Ministério das Finanças do Japão indicam que o país exportou cerca de 1,23 trilhão de ienes (aproximadamente 8,5 bilhões de dólares) em autopeças para os Estados Unidos no último ano, representando 5,8% do total exportado ao país e ficando atrás apenas dos automóveis completos.

A notícia gerou apreensão entre fabricantes japoneses de peças automotivas, que veem na medida um possível risco ao equilíbrio de seus negócios, dada a elevação dos custos para seus parceiros nos Estados Unidos.

“Temos receio de que nossos contratos com montadoras americanas sejam reduzidos ou renegociados em termos menos favoráveis,”

afirmou um executivo de uma empresa japonesa de autopeças.

Com o setor automotivo global já pressionado por cadeias de suprimento frágeis e custos logísticos elevados, a medida imposta por Washington promete reacender tensões comerciais e levar países afetados a buscarem alternativas diplomáticas e econômicas para conter os impactos.