Trump recebe sul-africanos brancos como refugiados

Washington, D.C., Estados Unidos, 14 de maio de 2025 — Associated Press – O governo dos Estados Unidos iniciou o acolhimento de sul-africanos brancos como refugiados, alegando que eles sofrem discriminação racial em seu país de origem. Cerca de 60 indivíduos, identificados como Afrikaners, desembarcaram em um aeroporto próximo à capital americana no dia (12), sendo recebidos por autoridades norte-americanas.

O presidente Donald Trump declarou que os refugiados estão sendo aceitos porque estão sendo “mortos” em um cenário que ele chamou de “genocídio”.

“Eu não me importo com raça ou cor. Só sei que o que está acontecendo é terrível”, afirmou Trump.

A decisão surge em meio ao aumento da pressão da administração Trump sobre o governo sul-africano, especialmente após a adoção de uma política de expropriação de terras anunciada em janeiro, que permitiria ao Estado redistribuir propriedades sem compensação. Trump argumenta que a medida prejudica a minoria branca e viola seus direitos. Como resposta, anunciou o congelamento da ajuda financeira dos EUA à África do Sul.

O governo sul-africano nega categoricamente as alegações de genocídio e insiste que a política de reforma agrária não é motivada por questões raciais.

Dentro dos Estados Unidos, a medida provocou críticas entre parlamentares democratas, que questionam a coerência do governo ao aceitar os Afrikaners enquanto restringe severamente a entrada de refugiados provenientes de países onde, segundo eles, há “ameaças genuínas”.

Trump vinha conduzindo uma política de endurecimento na imigração, com foco em contenção de fluxos ilegais e redução significativa no reassentamento de refugiados. Ainda assim, o acolhimento deste grupo sul-africano foi interpretado por opositores como seletivo e ideológico.

“É contraditório aceitar esse grupo e, ao mesmo tempo, deportar pessoas que fogem da violência e da fome”, declarou um congressista democrata.

A polêmica deve intensificar o debate sobre os critérios adotados para o acolhimento de refugiados nos Estados Unidos, reacendendo tensões políticas tanto no cenário interno quanto nas relações bilaterais com a África do Sul.