Escândalo na previdência do Brasil: R$ 90 bilhões em consignados suspeitos

Brasília, Distrito Federal, Brasil – 6 de maio de 2025 – Agência Brasil – Uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Controladoria-Geral da União está investigando um dos maiores escândalos já registrados na história da Previdência brasileira: a liberação fraudulenta de até R$ 90 bilhões em empréstimos consignados pelo INSS.

O caso envolve milhares de aposentados e pensionistas que tiveram contratos de crédito feitos em seus nomes sem autorização. Mesmo após anos de denúncias e da implantação de ferramentas de segurança como a biometria, os sistemas falharam e permitiram a continuidade das irregularidades.

A gravidade do escândalo resultou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, no dia 23 de abril, e na saída do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, no dia 2 de maio. Mesmo assim, até agora nenhum agente público ou executivo do setor financeiro foi responsabilizado criminalmente pelas fraudes.

“É inconcebível que aposentados sejam vítimas de um esquema bilionário e o Estado ainda não tenha garantido a devolução dos valores ou a punição dos culpados”, declarou um representante da associação nacional de aposentados.

Segundo a apuração da força-tarefa, a maior parte dos contratos fraudulentos foi formalizada sem a ciência dos beneficiários, por meio de plataformas digitais manipuladas por agentes financeiros. Só em 2023, mais de 35 mil reclamações de empréstimos não solicitados foram registradas em ouvidorias e defensorias públicas.

Enquanto isso, o governo federal avalia como poderá indenizar os prejudicados, sem previsão clara de ressarcimento ou de recuperação dos valores desviados. A população exige respostas, e a credibilidade do sistema previdenciário segue abalada.

“É o Brasil do absurdo: bilhões são desviados da Previdência e ninguém vai preso”, disse uma aposentada lesada pelo esquema, que luta para cancelar um empréstimo que nunca solicitou.

As investigações continuam, mas os brasileiros seguem em alerta: até que os responsáveis sejam punidos, a sensação de impunidade predomina.