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Chefe da OMC alerta para riscos de tarifas dos EUA

Ngozi Okonjo-Iweala defende comércio livre e teme perda global de até 7% do PIB

Tóquio, Província de Tóquio, Japão, 15 de maio de 2025 — NHK – A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, expressou preocupação com o impacto da política tarifária dos Estados Unidos sobre o crescimento econômico global, mesmo após o recente acordo entre EUA e China para a redução mútua de tarifas.

Durante visita a Tóquio, Okonjo-Iweala elogiou o avanço nas negociações comerciais entre os dois países, que culminaram em um corte recíproco de 115 pontos percentuais em tarifas adicionais, conforme anunciado após conversas realizadas na Suíça no dia (12).

“Acordos como esse são positivos. Mostram que há um canal de comunicação eficaz entre EUA e China”, afirmou Okonjo-Iweala.

Apesar do progresso, a líder da OMC alertou para os perigos de uma possível fragmentação do sistema de comércio internacional caso ocorra um desacoplamento entre as duas maiores economias do mundo.

Segundo ela, essa divisão poderia provocar perdas significativas para a economia global, com impacto direto no crescimento de longo prazo.

“A fragmentação comercial pode levar à perda de até 7% do PIB mundial”, disse.

A diretora-geral enfatizou que muitos países não desejam ser forçados a escolher entre os blocos liderados por Washington ou Pequim, e preferem manter boas relações com ambos para garantir sua inserção no comércio internacional.

Ela também defendeu os benefícios da globalização, destacando que nas últimas três décadas, o livre comércio tirou 1,5 bilhão de pessoas da extrema pobreza, ainda que tenha gerado desigualdades na distribuição de riqueza.

Como resposta aos desafios atuais, Okonjo-Iweala propõe a “reglobalização”, conceito que busca diversificar e descentralizar as cadeias de suprimentos para incluir regiões que ficaram de fora dos benefícios econômicos do comércio internacional.

“Reglobalizar é construir um sistema mais resiliente e incluir os que ficaram para trás”, concluiu.

A proposta busca equilibrar prosperidade com justiça econômica, defendendo uma integração global mais equitativa diante das tensões geopolíticas e das mudanças nos fluxos comerciais.

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SourceNHK

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