Camboja marca 50 anos do genocídio Khmer Rouge

Phnom Penh, Camboja, 22 de maio de 2025, Agence Kampuchea Presse – Cerca de 2.000 pessoas se reuniram em Phnom Penh para marcar os 50 anos do início do genocídio promovido pelo regime Khmer Rouge, que resultou na morte de ao menos 1,7 milhão de cambojanos. O evento ocorreu no local de um dos chamados “Campos da Morte”, símbolo da brutalidade que assolou o país a partir de 1975.

A data de 20 de maio é reconhecida nacionalmente como o “Dia de Memória” no Camboja, relembrando o início das atrocidades cometidas pelo regime liderado por Pol Pot. Durante a cerimônia, estudantes de uma universidade de artes encenaram episódios da violência sofrida pela população na época, buscando sensibilizar as novas gerações sobre a importância de preservar a paz.

“Não destruam a paz. Eles devem defendê-la”, afirmou uma sobrevivente de 70 anos, participante do evento, ressaltando a necessidade de conscientizar os jovens para evitar que tragédias semelhantes se repitam.

O Khmer Rouge impôs uma versão extrema do comunismo entre 1975 e 1979, promovendo trabalho forçado e o extermínio sistemático de intelectuais, religiosos e minorias. Mais de um quinto da população do país foi dizimada nesse período, deixando marcas profundas na sociedade cambojana.

O presidente do Senado e ex-primeiro-ministro Hun Sen destacou nas redes sociais que a paz no Camboja ainda é frágil e alertou para o risco de retorno a um passado sombrio, caso as lições da história não sejam devidamente transmitidas.

Mais de 70% da população cambojana nasceu após a queda do regime, tornando o desafio de manter viva a memória do genocídio ainda maior para as próximas gerações.

A cerimônia deste ano reforça o compromisso do país em não esquecer as vítimas e em educar os jovens sobre a importância da tolerância, dos direitos humanos e da preservação da paz.