Okinawa condena abusos de militares dos EUA

Naha, Província de Okinawa, Japão, 10 de maio de 2025 — NHK – A Assembleia da Província de Okinawa aprovou por unanimidade uma resolução e uma declaração oficial em resposta a casos recentes de violência sexual cometidos por militares dos Estados Unidos destacados na região.

A decisão foi tomada em sessão plenária realizada na sexta-feira (9), refletindo a crescente indignação da população local diante da reincidência desses crimes.

“Apesar das medidas anteriores, os esforços para evitar novos incidentes permanecem insuficientes”, afirma a resolução.

O documento menciona a acusação, no mês passado, de um soldado norte-americano de 27 anos, que cometeu agressão sexual contra uma mulher e feriu outra dentro de um banheiro em uma base militar dos EUA.

A nova resolução é um protesto direto aos Estados Unidos, incluindo o embaixador norte-americano no Japão, George Glass, e também uma cobrança ao governo japonês, exigindo uma resposta mais firme, inclusive do primeiro-ministro Shigeru Ishiba.

A declaração oficial também destaca a criação de um novo fórum — lançado na mesma sexta-feira (9) — para reunir representantes das forças armadas americanas, do governo de Okinawa e de outras entidades, com o objetivo de promover diálogos regulares e eficazes.

“É essencial que essas reuniões resultem em ações concretas e que seus desdobramentos sejam divulgados publicamente”, apontam os legisladores.

O parlamento local também pede mudanças fundamentais no Acordo de Status das Forças entre Japão e Estados Unidos, solicitando que as autoridades japonesas tenham permissão para prender militares suspeitos de crimes fora do serviço.

A assembleia ainda exige que os dois governos assumam responsabilidades pela reparação às vítimas, incluindo cuidados médicos, pedidos de desculpas formais e compensações financeiras.

Por fim, os membros solicitam que os militares norte-americanos baseados no Japão recebam educação contínua em direitos humanos e que sejam implementadas medidas eficazes para prevenir novos casos de violência sexual dentro das instalações militares.