Antártica volta a ganhar gelo segundo pesquisa chinesa

Xangai, China – 12 de maio de 2025, NHK World-Japan – A tendência de derretimento acelerado das geleiras da Antártica, um dos principais símbolos das mudanças climáticas globais, pode estar passando por uma pausa surpreendente. Segundo pesquisadores da Universidade Tongji, localizada na China, o continente antártico voltou a ganhar massa de gelo nos últimos três anos, após uma década de intensas perdas.

A análise feita pelos cientistas indica que, entre 2011 e 2020, a Antártica perdeu em média cerca de 142 gigatoneladas de gelo por ano. No entanto, a partir de 2021, os dados mostram uma inversão dessa tendência. Entre 2021 e 2023, o continente passou a ganhar aproximadamente 108 gigatoneladas anualmente.

“Trata-se de um fenômeno inesperado que precisa ser monitorado de perto, pois não significa o fim do aquecimento global, mas sim uma variação regional e temporal”, afirmou um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

O levantamento, realizado com base em observações por satélite e dados de gravidade terrestre, foi divulgado nesta semana pela NHK, agência pública de comunicação do Japão. Ainda segundo os cientistas, a recuperação parcial do gelo pode estar associada a variações climáticas naturais, como mudanças nos ventos e nas correntes oceânicas, além de oscilações de temperatura atmosférica.

Apesar da boa notícia momentânea, especialistas alertam que o ganho de gelo não compensa a perda acumulada ao longo das últimas décadas. O derretimento das camadas polares continua sendo uma das principais fontes de aumento do nível do mar.

O estudo chinês reforça a complexidade das dinâmicas polares e a necessidade de análises contínuas sobre os efeitos do clima em longo prazo. A comunidade científica internacional acompanha de perto os dados para entender se o novo padrão será sustentado nos próximos anos ou se representa apenas uma pausa temporária no processo de derretimento.