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EUA impõem tarifa de 104% sobre importações da China

Governo Trump avança com medida mesmo diante de alertas sobre impacto econômico global

Washington, Distrito de Columbia, Estados Unidos, 9 de abril de 2025 – Reuters – O governo dos Estados Unidos anunciou que as tarifas de 104% sobre importações da China entrarão em vigor pouco após a meia-noite, reafirmando a decisão do presidente Donald Trump de endurecer a política comercial contra o país asiático, mesmo em meio a temores crescentes de recessão global.

Embora o governo norte-americano tenha iniciado conversas com aliados estratégicos como Coreia do Sul, Japão e a Itália — cuja primeira-ministra Giorgia Meloni é esperado para uma visita nos próximos dias — a Casa Branca deixou claro que as tarifas específicas por país, que podem chegar a 50%, serão implementadas conforme o planejado, às 0h01 do horário da Costa Leste dos EUA.

As tarifas sobre produtos chineses são as mais severas, com um aumento que atinge 104%, como resposta direta às medidas retaliatórias anunciadas por Pequim na semana anterior. O governo chinês, por sua vez, classificou a decisão como “chantagem” e prometeu “lutar até o fim”.

Autoridades da administração Trump informaram que as negociações com a China não são prioridade no momento. A estratégia atual é focar em aliados e parceiros comerciais confiáveis para desenvolver acordos personalizados, envolvendo cerca de 70 países que já procuraram Washington para discutir os termos comerciais.

O conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que os esforços estão voltados para manter os laços com nações como Japão e Coreia, destacando a intenção de preservar alianças estratégicas em meio ao novo cenário protecionista.

Jamieson Greer, principal negociador comercial da administração Trump, afirmou ao Congresso que os trabalhos estão em ritmo acelerado, mas sem um prazo definido, e reiterou que não estão previstas isenções ou exceções no curto prazo.

A decisão tem gerado impacto em diversos setores. Fabricantes americanos alertam para prejuízos iminentes, planejando transferências de produção para fora do país. O banco Citi revisou para baixo a previsão de crescimento do PIB chinês em 2025, de 4,7% para 4,2%, citando riscos externos crescentes.

Empresas como a fabricante de chips Micron já anunciaram sobretaxas para seus clientes, enquanto varejistas dos EUA adiaram pedidos e contratações. Produtos como tênis fabricados no Vietnã, atualmente vendidos por US$ 155, poderão custar até US$ 220 após a aplicação de tarifas de 46% sobre aquele país.

Consumidores americanos começaram a estocar itens básicos com receio de novos aumentos. “Estou comprando o dobro de tudo — feijão, enlatados, farinha, o que tiver”, disse Thomas Jennings, 53 anos, em um supermercado de Nova Jersey.

Apesar da volatilidade dos mercados nos últimos dias, alguns índices globais mostraram sinais de recuperação, e o petróleo estabilizou após atingir mínimas históricas. Na Europa, a Comissão Europeia avalia retaliar com tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos como soja, nozes e salsichas, mas deixou o uísque bourbon fora da lista inicial.

Autoridades europeias afirmaram estar abertas ao diálogo, mas preparadas para reagir conforme a escalada da guerra comercial se intensifica.

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SourceReuters

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