China monitora água perto da usina de Fukushima

Pequim, China, 8 de abril de 2025 – Xinhua News Agency – Autoridades chinesas anunciaram nesta segunda-feira (7) que não foram encontradas anomalias nas amostras coletadas durante a segunda rodada de monitoramento internacional da água do mar próximo à usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão.

A inspeção foi realizada em fevereiro com a participação de um especialista chinês, sob o quadro da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). Segundo a Administração de Energia Atômica da China, os testes não revelaram concentrações anormais de substâncias radioativas, assim como no primeiro monitoramento realizado em outubro do ano passado.

O Japão e a China haviam firmado um acordo em setembro de 2024 para a retomada gradual das importações chinesas de produtos marinhos japoneses. No entanto, Pequim condicionou esse avanço à sua participação direta na vigilância ambiental em torno da usina de Fukushima e à ausência de irregularidades nos dados coletados.

Apesar do resultado positivo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China alertou que a ausência de anomalias neste momento não garante a inexistência de riscos futuros. Ele também indicou que a China continuará exigindo supervisão internacional sobre o processo de liberação de água tratada e diluída no oceano, oriunda da antiga usina danificada.

A água em questão é resultado do resfriamento do combustível fundido da usina, misturada com água da chuva e lençóis freáticos. Após o tratamento que remove a maior parte das substâncias radioativas, o líquido ainda contém trítio — um isótopo que não pode ser removido com a tecnologia atual. Antes de ser liberada no mar, essa água é diluída a níveis que representam cerca de um sétimo do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde para consumo humano.

As atenções agora se voltam para as próximas rodadas de diálogo entre os dois países, que podem definir o futuro das exportações japonesas de frutos do mar para o mercado chinês.