Japão deve aderir ao tratado nuclear?

Nagasaki, Japão, 20 de janeiro de 2025 (NHK News) – Sobreviventes das bombas atômicas de 1945 e defensores da paz reuniram-se neste domingo (19) em Nagasaki, no sudoeste do Japão, para pressionar o governo a aderir ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares das Nações Unidas. O evento antecede o quarto aniversário da implementação do tratado, que será comemorado na próxima quarta-feira (22).

Cerca de 120 pessoas participaram do comício, que destacou a necessidade urgente de o Japão, como único país vítima de ataques nucleares, assumir um papel de liderança no desarmamento global.

Entre os organizadores, destacou-se Tomonaga Masao, um sobrevivente de 81 anos da bomba atômica de Nagasaki e copresidente de um grupo de paz. Ele lembrou que a Nihon Hidankyo, a organização japonesa formada por sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, foi premiada com o Nobel da Paz no ano passado, em reconhecimento à luta pelo fim das armas nucleares.

Tomonaga alertou que os recentes movimentos da Rússia ameaçam o “tabu nuclear” estabelecido por décadas de esforços de desarmamento. Ele pediu ao governo japonês que abandone sua dependência do guarda-chuva nuclear e participe como observador nas reuniões de estados partes do tratado da ONU.

Os participantes adotaram um apelo formal ao governo japonês para que assine e ratifique o tratado, além de participar do encontro internacional programado para março nos Estados Unidos. O documento será enviado ao primeiro-ministro Ishiba Shigeru e ao ministro das Relações Exteriores Iwaya Takeshi.

Após o evento, Yokoyama Teruko, membro sênior da Nihon Hidankyo, reforçou a necessidade de ação imediata. “Como país vítima de bombardeios atômicos, o Japão tem a responsabilidade moral de liderar o esforço global para mudar a situação em torno das armas nucleares”, afirmou.

Com o avanço das tensões internacionais e a crescente preocupação com a proliferação de armas nucleares, a mensagem de Nagasaki ecoa como um apelo pela paz e pela preservação da humanidade frente a ameaças catastróficas.