Minsk, Belarus, 28 de janeiro de 2025 (Agência Reuters) – O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, foi reeleito para seu sétimo mandato consecutivo com quase 87% dos votos, de acordo com os resultados divulgados nesta segunda-feira (27) pela Comissão Central de Eleições do país. O presidente, que concorreu contra outros quatro candidatos, obteve mais de 5,13 milhões de votos, representando 86,8% do total.
Conhecido como aliado do presidente russo Vladimir Putin, Lukashenko tem sido frequentemente chamado de “o último ditador da Europa”, devido ao seu estilo autoritário de governo. Sua reeleição ocorre em meio a um contexto de forte crítica internacional, especialmente após os tumultuados protestos de 2020, quando a oposição alegou fraudes eleitorais e grandes manifestações foram reprimidas pela força policial. A líder oposicionista Sviatlana Tsikhanouskaya, que se exilou após a eleição de 2020, se posicionou como uma das principais vozes contra o regime, e nesta eleição, mais uma vez, a oposição belarussa permaneceu em grande parte silenciada.
A chefe da política externa da União Europeia, Kaja Kallas, criticou duramente o pleito, chamando-o de “eleição farsa” e afirmando que o processo não foi nem livre nem justo.
Enquanto isso, em Varsóvia, capital da Polônia, manifestantes protestaram contra a reeleição de Lukashenko. A marcha foi liderada por Tsikhanouskaya, que carregava uma foto de seu marido, também opositor de Lukashenko. Os manifestantes exibiam bandeiras tradicionais que foram proibidas em Belarus pelo governo de Lukashenko.
Em declarações à mídia polonesa, Tsikhanouskaya criticou duramente o regime belarusso, afirmando que a manutenção de Lukashenko no poder se dá por meio da violência e do apoio do Kremlin. Ela também chamou a reeleição de uma afronta aos direitos de voto, ao direito internacional e ao povo de Belarus. A exilada líder apelou pela solidariedade internacional, afirmando que sem o apoio da comunidade global, a luta pela democracia em Belarus não será vitoriosa.
A situação em Belarus continua tensa, com o regime reforçando suas políticas de repressão contra dissidentes e opositores, enquanto a comunidade internacional observa de perto os desdobramentos dessa reeleição contestada.
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