Dívidas do terremoto de 1995 no Japão

Kobe, Hyogo, Japão, 17 de janeiro de 2025, NHK – Nesta sexta-feira (17), o Japão marca 30 anos desde o Grande Terremoto Hanshin-Awaji, que devastou a região oeste do país em 1995, deixando mais de 6.400 mortos. Três décadas depois, cidades como Kobe ainda enfrentam uma pesada carga financeira decorrente da reconstrução.

Segundo o governo da província de Hyogo, os municípios da região ainda possuem dívidas relacionadas ao desastre que somam mais de 280 bilhões de ienes, aproximadamente 1,8 bilhão de dólares.

Após o terremoto, uma quantia total de 104,3 bilhões de dólares foi investida em reconstrução urbana e infraestrutura, com os governos central e locais arcando com os custos. A província de Hyogo e 12 de suas cidades contribuíram com cerca de 41 bilhões de dólares desse total, financiando quase metade por meio da emissão de títulos municipais.

Até março de 2024, a província de Hyogo e 10 cidades ainda acumulavam cerca de 1,8 bilhão de dólares em dívidas pendentes. A província estima que levará mais de 10 anos para quitar 1,17 bilhão de dólares, enquanto as cidades de Kobe e Ashiya, com dívidas de aproximadamente 450 milhões e 40 milhões de dólares, respectivamente, projetam que os pagamentos continuarão até o ano fiscal de 2040.

O professor Nagamatsu Shingo, da Universidade Kansai, destacou que, na época do desastre, era amplamente aceito que os municípios atingidos deveriam arcar com a reconstrução de suas próprias comunidades. Essa visão, segundo ele, resultou em custos massivos de reconstrução para os governos locais.

Shingo sugere que, diante de futuros desastres, as administrações municipais planejem com antecedência como os custos serão compartilhados entre as entidades envolvidas e priorizem a alocação dos fundos de forma eficiente.

O Grande Terremoto Hanshin-Awaji permanece como um marco na história do Japão, não apenas pela tragédia humana, mas também pelos desafios financeiros e administrativos que se seguiram.