Irã anuncia contramedidas nucleares após resolução AIEA

Teerã, Irã, 23 de novembro de 2024, IRNA – O governo iraniano anunciou que irá ativar um grande número de centrífugas para enriquecimento de urânio em resposta à resolução aprovada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que condena o país por sua falta de cooperação.

A resolução, apresentada por quatro potências ocidentais, foi aprovada por maioria de votos na quinta-feira (21) pelo Conselho de Governadores da AIEA. O documento aborda questões como os vestígios de urânio encontrados em 2019 e 2020 em locais não declarados no Irã.

Em comunicado conjunto emitido na sexta-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores e a Organização de Energia Atômica do Irã classificaram a resolução como “injustificada”. O governo iraniano afirmou que “sempre colocou em sua agenda a continuação e promoção da cooperação com a agência, com o objetivo de resolver as questões pendentes”.

Como resposta, o Irã anunciou que tomará “medidas efetivas, incluindo o lançamento de um grande conjunto de novas e avançadas centrífugas de vários tipos”. Esta decisão contrasta com o acordo feito em meados de novembro, quando o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, visitou o país e o Irã se comprometeu a limitar seu estoque de urânio altamente enriquecido.

A resolução da AIEA condena o Irã por sua cooperação insuficiente com as investigações da agência e solicita a emissão de um relatório abrangente sobre as atividades nucleares do país até março do próximo ano, quando está programada uma reunião do Conselho de Governadores.

A comunidade internacional expressa crescente preocupação com a possibilidade de aceleração do desenvolvimento nuclear iraniano caso Teerã leve adiante suas contramedidas. O anúncio do Irã aumenta as tensões em um momento já delicado das relações internacionais, especialmente considerando os conflitos em curso no Oriente Médio.

Esta escalada no programa nuclear iraniano pode ter implicações significativas para a estabilidade regional e para os esforços globais de não-proliferação nuclear. A situação permanece em desenvolvimento, com observadores internacionais atentos aos próximos passos do Irã e às possíveis reações da comunidade internacional.