Japão amplia apoio a vítimas não reconhecidas de Nagasaki.

Tóquio, Japão, 22 de setembro de 2024 – Agência de Notícias Kyodo – O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou neste sábado (21) um plano para expandir o apoio médico às pessoas que estavam logo fora da zona designada pelo Estado como área de exposição à radiação do bombardeio atômico de Nagasaki em 1945.

Kishida e o ministro da Saúde e Bem-Estar, Keizo Takemi, reuniram-se com o governador da prefeitura de Nagasaki e o prefeito da cidade de Nagasaki em Tóquio. Após o encontro, o primeiro-ministro informou que o governo reformulará o programa atual para fornecer a essas pessoas não reconhecidas como hibakusha (sobreviventes da bomba atômica) um suporte médico equivalente ao dos sobreviventes oficialmente reconhecidos.

Atualmente, as pessoas que estavam logo fora da zona designada são elegíveis para apoio em despesas médicas apenas se diagnosticadas com doenças mentais, pois se considera que não sofreram impacto direto da radiação em seus corpos. O novo plano visa flexibilizar esses requisitos e criar um programa que cubra todas as pessoas não reconhecidas, incluindo aquelas com angina, infarto e certos tipos de câncer.

Kishida indicou que o governo trabalhará rapidamente nos detalhes do programa com a prefeitura e a cidade de Nagasaki, com o objetivo de iniciar o apoio o mais breve possível ainda este ano.

Esta decisão surge após um tribunal distrital de Nagasaki ter decidido, no início deste mês, que algumas pessoas fora da zona designada deveriam ser legalmente certificadas como hibakusha. Kishida afirmou que o governo apelará da decisão, considerando-a inconsistente com decisões judiciais anteriores.

Chiyoko Iwanaga, líder do grupo de requerentes, expressou insatisfação com o plano do governo, afirmando que o que os requerentes buscam é o reconhecimento como hibakusha, não dinheiro. Ela prometeu continuar lutando caso o julgamento prossiga.

A expansão do apoio reflete os esforços contínuos do Japão para lidar com o legado complexo dos bombardeios atômicos, buscando um equilíbrio entre o reconhecimento legal e o apoio prático às vítimas e suas famílias.