Tóquio, Japão, 29 de setembro de 2024 – Agência de Notícias Kyodo – A escassez de professores no Japão atingiu níveis alarmantes, segundo uma pesquisa realizada pela emissora pública NHK junto às secretarias de educação de governos locais em todo o país. O estudo, que abrangeu escolas de ensino fundamental, médio e de educação especial, revelou um aumento significativo no déficit de docentes nos últimos meses.
Entre as 43 administrações locais que forneceram dados atualizados, o número total de professores em falta chegou a 2.397 em setembro, um aumento de 589 em relação a maio, representando um crescimento de 30% em apenas quatro meses.
As principais razões apontadas para essa escassez incluem a dificuldade em encontrar substitutos para professores em licença maternidade, médica ou para cuidados com filhos. Algumas escolas relatam que vice-diretores e outros funcionários administrativos estão assumindo funções de ensino para preencher as lacunas.
A situação mais crítica foi registrada na prefeitura de Chiba, excluindo a cidade de Chiba, onde faltam 94 professores, o maior número do país. Um funcionário sênior da agência de educação local afirmou que estão trabalhando arduamente para enviar professores substitutos rapidamente e evitar interrupções no aprendizado.
O problema da escassez de professores no Japão não é novo, mas tem se agravado nos últimos anos. Um estudo anterior mostrou que 64% das escolas primárias públicas e 56% das escolas secundárias já relatavam falta de pessoal docente.
Especialistas apontam que as longas jornadas de trabalho, baixa remuneração e estresse são fatores que contribuem para a diminuição do interesse pela carreira docente no país. Em 2022, mais de 12.000 professores de escolas públicas tiraram licença por problemas de saúde mental, enquanto quase mil pediram demissão pelo mesmo motivo.
As autoridades educacionais japonesas reconhecem a urgência do problema e estão considerando reformas, como a terceirização e digitalização de algumas tarefas, além do aumento do pessoal de apoio. Algumas escolas já estão tomando iniciativas para reduzir as horas de trabalho dos professores, mas os desafios permanecem significativos.
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