Nova York, Estados Unidos, 23 de setembro de 2024 – Agência de Notícias Reuters – O recente apelo do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida por reformas concretas no Conselho de Segurança das Nações Unidas expõe, mais uma vez, as profundas deficiências deste órgão fundamental para a manutenção da paz mundial. Enquanto Kishida e outros líderes globais continuam a fazer declarações sobre a necessidade de mudanças, a realidade é que o Conselho permanece engessado em uma estrutura anacrônica que não reflete mais as dinâmicas geopolíticas do século XXI.
A atual configuração do Conselho, com seus cinco membros permanentes detentores de poder de veto, tem se mostrado repetidamente ineficaz diante dos desafios globais contemporâneos. As resoluções apresentadas, muitas vezes, não passam de retórica vazia, sem resultar em ações objetivas para resolver conflitos ou crises humanitárias urgentes.
O pedido de Kishida por uma expansão tanto das categorias de membros permanentes quanto não permanentes é louvável, mas insuficiente. A verdadeira reforma deve ir além da mera ampliação numérica. É necessário repensar fundamentalmente o mecanismo de veto, que tem sido frequentemente utilizado para proteger interesses nacionais em detrimento da segurança global.
Além disso, a proposta de aumentar a representação africana no Conselho, embora importante, não aborda a questão central da distribuição desigual de poder dentro do órgão. Uma reforma genuína deve considerar uma redistribuição mais equitativa da influência entre as nações, refletindo as realidades econômicas e demográficas atuais.
O pedido de Kishida para que os estados membros da ONU tomem ações concretas em direção à reforma do Conselho até o 80º aniversário da organização é um lembrete oportuno. No entanto, sem um plano de ação claro e um compromisso firme de todos os membros permanentes atuais, esse apelo corre o risco de se juntar à longa lista de declarações bem-intencionadas, mas ineficazes.
É hora de ir além das palavras e exigir uma reestruturação fundamental do Conselho de Segurança. Só assim a ONU poderá cumprir efetivamente seu papel de garantir a paz e a segurança internacionais em um mundo cada vez mais complexo e interconectado.
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