Genebra, Suíça, 17 de agosto de 2024 (Agência de Notícias Reuters) – A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies – IFRC) fez um apelo urgente para o fornecimento imediato de vacinas contra mpox para a África, alertando para uma grave escassez no continente.
O pedido surge após a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira (14), que classificou o surto de mpox na África como uma emergência de saúde pública de interesse internacional. A OMS destacou que os casos de mpox, causados por uma variante mais propensa a desencadear sintomas graves, estão ressurgindo na República Democrática do Congo e se espalhando por outras regiões da África.
Em coletiva de imprensa realizada na Suíça, Bronwyn Nichol, oficial sênior da IFRC, afirmou que a epidemia “superou em muito” os surtos anteriores, tornando-se uma das ameaças à saúde mais significativas que a África enfrentou nos últimos anos. “Há uma escassez crítica de testes, tratamentos e vacinas em todo o continente”, alertou Nichol.
A oficial da IFRC criticou a falta de aprendizado com a pandemia de COVID-19, ressaltando que a maioria dos estoques de vacinas ainda está em nações mais ricas. Ela instou esses países a enviarem as vacinas para a África prontamente.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (Africa CDC) estima que o continente necessita de mais de 10 milhões de doses de vacinas contra mpox, mas apenas cerca de 200.000 doses estão disponíveis atualmente.
“Esta situação é um lembrete doloroso das desigualdades globais em saúde”, comentou Dr. Jean-Jacques Muyembe, virologista congolês e descobridor do vírus Ebola. “É imperativo que a comunidade internacional aja rapidamente para evitar uma crise de saúde pública de proporções devastadoras na África.”
A IFRC enfatiza que a resposta à mpox na África requer uma abordagem abrangente, incluindo não apenas vacinas, mas também testes, tratamentos e campanhas de conscientização pública para combater o estigma associado à doença.
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