Jornalista dos EUA condenado a 16 anos de prisão na Rússia.

Moscou, Rússia, 20 de julho de 2024 – Agência Tass – O jornalista americano Evan Gershkovich, correspondente do Wall Street Journal, foi condenado a 16 anos de prisão por um tribunal russo sob acusações de espionagem. A sentença, proferida na sexta-feira (19), em Yekaterinburg, marca um novo capítulo nas tensas relações entre Rússia e Estados Unidos.

Gershkovich, de 32 anos, foi detido em março de 2023 na cidade de Yekaterinburg, situada a cerca de 1.600 km a leste de Moscou. As autoridades russas o acusaram de tentar obter informações secretas sobre a indústria militar do país, supostamente sob orientação da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.

O jornalista e seu empregador, o Wall Street Journal, negam veementemente as acusações, afirmando que Gershkovich estava apenas realizando seu trabalho jornalístico. O governo dos Estados Unidos também rejeitou as alegações, classificando o caso como infundado.

O julgamento, realizado a portas fechadas, foi criticado internacionalmente como uma farsa judicial. A editora-chefe do Wall Street Journal, Emma Tucker, havia declarado anteriormente que “esta acusação falsa de espionagem inevitavelmente levará a uma condenação falsa de um homem inocente”.

A sentença de 16 anos em uma prisão de segurança máxima ficou abaixo dos 18 anos solicitados pela promotoria russa. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar sobre a possibilidade de uma troca de prisioneiros envolvendo Gershkovich.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu uma declaração afirmando que Gershkovich recebeu uma sentença “apesar de não ter cometido nenhum crime”. Biden também ressaltou que o jornalista foi “alvo do governo russo por ser jornalista e americano”, e que a Casa Branca continuará se opondo “àqueles que buscam atacar a imprensa”.

Este caso marca a primeira vez desde a Guerra Fria que um jornalista americano é condenado por espionagem na Rússia, elevando as preocupações sobre a liberdade de imprensa e as relações diplomáticas entre os dois países. A comunidade internacional e organizações de direitos humanos continuam a pressionar pela libertação de Gershkovich, enquanto as tensões entre Moscou e Washington se intensificam.