por Eitan Mendes, correspondente de Conflitos no Oriente Médio
Irbil, Iraque, 16 de fevereiro de 2024 – O Irã anunciou na noite desta segunda-feira (15), que lançou ataques contra o que descreveu como um “centro de espionagem e reunião de grupos terroristas anti-iranianos” em Irbil, Iraque.
Os ataques ocorreram pouco depois de mísseis atingirem uma área nobre próxima ao consulado dos EUA na cidade, resultando na morte de quatro civis e ferindo outros seis, de acordo com o conselho de segurança do governo regional curdo.
Entre as vítimas, destaca-se Peshraw Dizayi, um proeminente empresário local com interesses em imóveis e serviços de segurança, além de membros de sua família. Os ataques foram confirmados pelo Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica do Irã ( Iran’s Revolutionary Guards – IRGC), que alegou ter atingido “operações terroristas”, incluindo alvos do Estado Islâmico na Síria, e destruído uma suposta sede do Mossad, a agência de inteligência israelense, na região curda do Iraque.
O grupo terrorista Estado Islâmico havia reivindicado, anteriormente, a responsabilidade por dois ataques suicidas neste mês, visando uma cerimônia em homenagem a um general iraniano morto em um ataque de drone dos EUA em 2020. As tensões na região têm aumentado, com o Irã acusando Israel de um ataque aéreo que resultou na morte de um general iraniano em Damasco no mês passado.
Autoridades iraquianas afirmaram que Irbil foi alvo de “vários” mísseis balísticos, com relatos de 10 mísseis caindo na área próxima ao consulado dos EUA. Uma fonte anônima de uma milícia iraquiana apoiada pelo Irã afirmou que os mísseis foram lançados pelo IRGC. Um oficial de defesa dos EUA, falando sob condição de anonimato, afirmou que os mísseis foram rastreados, atingindo o norte do Iraque e o norte da Síria, sem danos a instalações dos EUA.
Os ataques ocorrem em meio a tensões crescentes na região e receios de uma escalada mais ampla do conflito. Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em outubro passado, milícias apoiadas pelo Irã lançam ataques diários com drones contra bases que abrigam forças dos EUA no Iraque e na Síria, em retaliação ao apoio de Washington a Israel e na tentativa de forçar a retirada das tropas dos EUA da região.
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