Manila suspende intercâmbio militar com Pequim devido a incidente no Mar do Sul da China

As Filipinas afirmam ter suspendido um programa de intercâmbio militar com a China. O país cita o uso de canhões de água pela guarda costeira chinesa contra navios filipinos no Mar do Sul da China. Os dois países têm reivindicações sobrepostas nas águas.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas das Filipinas, General Romeo Brawner Jr., falou em uma coletiva de imprensa na capital, Manila, na quinta-feira (19).

Brawner disse que ordenou a suspensão em agosto, depois que a Guarda Costeira da China disparou canhões de água contra dois barcos de transporte militar filipinos e duas embarcações da Guarda Costeira das Filipinas em águas próximas às Ilhas Spratly, no Mar do Sul da China. Manila diz que isso ocorreu na zona econômica exclusiva das Filipinas.

Dois dias após o incidente marítimo, o Secretário de Relações Exteriores das Filipinas, Enrique Manalo, convocou o embaixador da China em Manila para transmitir um forte protesto.

A Guarda Costeira da China justificou suas ações, dizendo que usou os canhões de água quando as embarcações filipinas invadiram as águas chinesas, apesar dos repetidos avisos.

Manila e Pequim lançaram o programa de intercâmbio militar em 2007, com as Filipinas enviando anualmente cerca de cinco oficiais à China para seis a 12 meses de estudo.

As tensões entre as Filipinas e a China aumentaram no Mar do Sul da China este ano.

Em fevereiro, as Filipinas disseram que um de seus barcos de patrulha foi alvo de uma luz laser de nível militar por uma embarcação da Guarda Costeira da China na zona econômica exclusiva das Filipinas perto das Ilhas Spratly.

As Filipinas também relataram incidentes nos quais alguns de seus navios de patrulha que navegavam perto das Ilhas Spratly foram bloqueados por embarcações chinesas.