As autoridades jurídicas japonesas reconheceram que uma parlamentar do Partido Liberal Democrata, no poder, violou os direitos humanos ao publicar um comentário discriminatório sobre o povo indígena Ainu, do país.
A legisladora da Câmara Baixa do LDP, Sugita Mio, publicou um comentário em seu blog e nas mídias sociais em 2016 sobre uma conferência da ONU da qual participou. Ela escreveu: “Apareceu uma mulher de meia-idade fazendo cosplay com uma roupa da etnia Ainu. Respirar o mesmo ar que ela me faz sentir mal”.
Uma mulher Ainu que participou da conferência apresentou uma queixa em março ao escritório de assuntos jurídicos de Sapporo em Hokkaido, a prefeitura mais ao norte do Japão, de onde o povo Ainu é originário. Ela considerou os comentários de Sugita insultantes, discriminatórios e contrários aos direitos humanos.
A mulher disse que o departamento de assuntos jurídicos conduziu uma investigação e concluiu que Sugita cometeu uma violação dos direitos humanos. A mulher disse que os funcionários do departamento instruíram a parlamentar, em setembro, a aprender mais sobre a cultura Ainu e a ser mais discreta sobre o que diz.
O gabinete de Sugita disse ter sido informado pelo Ministério da Justiça que a violação dos direitos humanos cometida por ela foi reconhecida como um fato.
Sugita já havia sido criticada por seus comentários polêmicos sobre pessoas LGBTQ+ e outros casos de discriminação.
A mulher disse que o julgamento do bureau é um grande passo e que ela deseja que a sociedade se torne um lugar onde os Ainu e outras pessoas socialmente vulneráveis tenham facilidade para expressar suas opiniões.
O secretário-chefe do gabinete, Matsuno Hirokazu, disse aos repórteres na manhã de quarta-feira (20), que a discriminação contra os Ainu por causa de sua etnia não deve ser tolerada.
Matsuno disse que o povo Ainu deve ter permissão para viver com orgulho de sua etnia e que isso deve ser respeitado. Ele disse que o governo deve promover medidas para concretizar essa sociedade.
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