Tailandeses expressam descontentamento com o papel militar na coalizão

A Tailândia terá em breve um novo governo de coalizão liderado por um magnata dos negócios que se unirá a campos conservadores ligados aos militares.

Srettha Thavisin, do Partido Pheu Thai, foi escolhido para se tornar primeiro-ministro em uma votação parlamentar na terça-feira (22).

Isso marca o fim do limbo político que se seguiu a uma eleição geral em maio. Mas há uma forte oposição à coalizão que inclui partidos pró-militares.

Srettha diz que fará seu trabalho da melhor forma possível, deixando de lado o cansaço, para melhorar a vida de todos os tailandeses.

O Pheu Thai havia se comprometido a trabalhar pela eliminação da influência militar na política. Mas decidiu renunciar a isso e se unir aos conservadores para alcançar a maioria na votação de terça-feira (22), para primeiro-ministro. Isso levou alguns membros do partido a desertarem.

Outros tailandeses disseram que estavam desapontados com o resultado. Uma mulher de 24 anos disse que o resultado não se baseia na vontade do povo e é inaceitável, pois é diferente do que o partido disse na campanha eleitoral.

Enquanto isso, as autoridades afirmam que o ex-primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, foi transferido para um hospital da polícia na madrugada de quarta-feira (23).

Ele havia retornado de 15 anos de exílio no dia anterior e foi enviado diretamente para a prisão para cumprir uma sentença de oito anos por corrupção e outras acusações.

As autoridades dizem que o homem de 74 anos reclamou que não conseguia dormir bem e sentia um aperto no peito.

Dizem que ele tem problemas subjacentes, como pressão alta. Por isso, decidiram que ele precisava estar em um hospital bem equipado para reduzir o risco.

Thaksin está intimamente associado ao Pheu Thai. Seu retorno ocorreu no mesmo dia em que o novo primeiro-ministro foi escolhido. Especula-se que um acordo para perdoá-lo já tenha sido feito.